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Constellation monta carteira à prova do macro: “A moeda te mata”

Tentamos montar o portfólio para que ele não dependa de Brasil, mas sim do bom desempenho das companhias, diz Florian Bartunek

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Florian Bartunek: O câmbio é o maior desafio que um estrangeiro pode enfrentar no Brasil (Divulgação/Divulgação)

Florian Bartunek: O câmbio é o maior desafio que um estrangeiro pode enfrentar no Brasil (Divulgação/Divulgação)

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Bloomberg

Publicado em 16 de outubro de 2020 às, 13h58.

Última atualização em 16 de outubro de 2020 às, 19h48.

O investidor estrangeiro que tentou fazer dinheiro em ações brasileiras nos últimos anos encontrou um obstáculo quase intransponível: o câmbio. Florian Bartunek, o veterano gestor de bolsa que tem mais de metade de seus R$ 15 bilhões sob gestão vinda do exterior, foi um dos poucos a conseguir vencê-lo.

“O câmbio é o maior desafio que um estrangeiro pode enfrentar no Brasil”, disse Bartunek, em entrevista. “O estrangeiro pode até ter acertado no Ibovespa, mas errou na moeda.”

Enquanto a bolsa está a 17% da máxima histórica em moeda local, o EWZ -- maior fundo de índice dedicado a ações brasileiras listado nos EUA -- negocia perto de níveis vistos em 2005. Já o fundo long only da Constellation, que tem Bartunek como sócio-fundador e diretor de investimentos, apresentou um retorno de 145% em dólares ao longo dos últimos cinco anos até 5 de outubro, contra um retorno de 20% para o EWZ no mesmo período.

“Em um país emergente, é necessário olhar o micro: achar os melhores empreendedores e os melhores modelos de negócio. Além de investir em crescimento”, disse Bartunek, que administra cerca de R$ 15 bilhões. “Se você olhar só valor, talvez até acerte a empresa, mas a desvalorização da moeda te mata.”

Bartunek tem apostado em duas vertentes: ou empresas que são líderes setoriais em áreas de altas barreiras de entrada -- caso da B3, por exemplo -- ou em companhias que ainda têm uma fatia de mercado pequena, mas contam com o que ele considera ser a melhor gestão do setor -- caso de Stone e XP. Na carteira dele, ainda há nomes como Raia Drogasil, Localiza, Weg e Mercado Livre. Muitas dessas companhias foram beneficiadas pela aceleração de tendências em meio à pandemia, como a digitalização dos meios de pagamento e do varejo.

“Nós torcemos para o Brasil ir bem, obviamente. Mas tentamos montar o portfólio para que ele não dependa de Brasil, mas sim do bom desempenho das companhias”, disse Bartunek.

À medida que investidores no Brasil migram para ativos mais arriscados com a Selic em mínima histórica, o número de acionistas da Constellation aumentou 30%, para cerca de 30 mil desde o início do ano. Cerca de metade do total de ativos sob gestão é proveniente de investidores offshore, comparados com 67% no fim de 2019.

A Constellation começou a investir recentemente em empresas em vias de abrir capital, o que, segundo Bartunek, ajuda a analisar companhias listadas e é algo que planeja fazer mais no futuro. Um exemplo é a provedora de software de comércio eletrônico VTEX, que foi avaliada em US$ 1,7 bilhão em rodada de financiamento recente e também conta com o SoftBank como investidor.

Neste ano, Bartunek afirma ter participado de cerca de 20% das ofertas públicas iniciais de ação -- e se diz cético com a grande quantidade de capital indo parar em um único setor, como o imobiliário. Ele também tem dúvidas sobre como será o cenário pós-pandemia para algumas empresas, principalmente varejistas de vestuário.

“Apesar de você ter tido um desempenho econômico melhor que o esperado por conta do ‘coronavoucher’ e pela expansão monetária, tenho dúvidas sobre como vai se comportar o desemprego”, diz. “A recessão vai ser menor do que se esperava no pior momento, mas vai existir.”

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