Comércio: em outubro as vendas cresceram 01,%, na sexta alta consecutiva (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 05h50.
Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 06h42.
São Paulo — As atenções dos investidores devem se concentrar na provável assinatura da primeira fase de um acordo comercial entre Estados Unidos e China nesta quarta-feira. Mas, por aqui, a divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio de novembro também deve impactar a bolsa brasileira — e dar novas pistas sobre o ritmo de recuperação da economia.
A expectativa é positiva, puxada pelos bons resultados de vendas na Black Friday. Em outubro as vendas no comércio subiram 0,1% sobre setembro, na sexta alta consecutiva.
O crescimento acumulado no ano é de 2,7%. O banco Itaú projeta alta de 0,6% no varejo restrito (que exclui construção e veículos) em novembro ante outubro. A corretora Necton prevê alta de 1,1% na mesma base de comparação.
O consumo interno deve ser um dos principais indutores de crescimento da economia brasileira em 2020. Nesta terça-feira o governo elevou sua projeção para alta do PIB neste ano de 2,32% para 2,4%, citando fatores como a baixa taxa de juros e a expansão do crédito livre como motores do crescimento econômico.
Mas um resultado aquém das previsões no comércio em novembro completaria uma tríade ruim para o mês. Na quinta-feira 9 o resultado industrial foi tido como uma ducha de água fria para quem esperava um fim de ano com dados mais consistentes de uma retomada econômica. Após três meses de recuperação, a produção industrial recuou 1,2% ante outubro e 1,7% ante novembro de 2018. A expectativa era de recuo de 0,7% na comparação mensal.
Nesta terça-feira foram divulgados os dados de serviços, com nova decepção. O setor recuou 0,1% em novembro, na comparação com outubro, após dois meses de alta. Em relação a novembro de 2018 a alta foi de 1,8%; no acumulado de 2019, a alta agora é de 0,9%. O volume ainda está 9,8% abaixo de novembro de 2014.
“Esse fim de ano foi um pouco desapontador para os dados de atividade. A ideia de recuperação geral permanece, mas com a indústria sendo o elemento que vai demorar mais para recuperar”, diz Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados e colunista de EXAME.