Minha Casa Minha Vida (MCMV): segmento avançou 46% em vendas em 12 meses (Caixa Notícias/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 19 de agosto de 2024 às 15h01.
Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 12h54.
O segundo trimestre deste ano foi um período de recordes para o mercado imobiliário nas estimativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Houve aumento de 17,9% nas vendas de imóveis residenciais entre abril e junho de 2024 frente ao mesmo período do ano passado.
O valor, compilado na pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º Trimestre de 2024, é o maior da série histórica iniciada em 2016: foram vendidas 93.743 unidades no período. O levantamento é realizado pela consultoria Brain com dados de 221 cidades.
O segmento de maior destaque foi o programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), que avançou 46% em vendas em 12 meses. O peso do programa no mix geral de vendas, por sinal, aumentou de 34% no ano passado para 42% este ano.
“O que a gente percebe é que o mercado está em uma fase de crescimento. Em se mantendo as condições atuais de disponibilidade de recursos, taxa Selic, inflação controlada e emprego em alta, o mercado tende a aproveitar o bom ambiente de negócio. A expectativa é fechar o ano com crescimento”, afirmou Renato Correia, presidente da CBIC, em coletiva nesta segunda-feira, 19.
Fábio Tadeu, CEO da Brain, destaca ainda o avanço dos preços como um ponto positivo para o mercado imobiliário. “Mesmo o MCMV, que liderou o crescimento em unidades, está se posicionando cada vez mais em tickets mais rentáveis para o incorporador. Os ajustes em preço e financiamento tem permitido uma recolocação melhor de posicionamento de valor para o programa.”
A repaginação do MCMV aumentou o subsídio para aquisição dos imóveis e reduziu os juros para financiamento em famílias com renda mensal de até R$ 2 mil. Além disso, ampliou as faixas de renda e aumentou o valor máximo do imóvel que pode ser adquirido na faixa mais alta. Desde julho do ano passado, a Caixa passou a financiar imóveis de até R$ 350 mil – e não de R$ 264 mil, como era antes.
Com R$ 53 bilhões, o valor geral de vendas (VGV) no trimestre foi 20,2% maior que no mesmo intervalo registrado no ano anterior (R$ 44 bilhões).
O número de lançamentos de novos imóveis cresceu 7% na comparação anual, passando de 78.431 para 83.930. Já o valor geral de lançamentos (VGL) foi 2,1% menor, de R$ 47 bilhões.
Em MCMV, houve aumento expressivo de 86,7% no número de lançamentos no 2º trimestre de 2024 em base anual, com 44.764 novos imóveis colocados no mercado. O segmento também aumentou sua participação no volume de lançamentos, passando de 31% para 53%.
O estoque geral – que representa a diferença entre a quantidade total de imóveis lançados e vendidos – caiu 11,5%, para 274.303 unidades. O tempo de escoamento das unidades, que seria necessário para vender todas caso não houvesse outros lançamentos, caiu de 11,7 meses para 9,3 meses na comparação anual.
“As vendas cresceram mais que os lançamentos, então a oferta final [estoques] caiu para um patamar preocupante”, alertou Celso Petrucci, conselheiro da CBIC, que considera o nível baixo. Por outro lado, o descompasso também indica a “saúde” do mercado imobiliário, que tem conseguido entregar produtos com boa saída em vendas.