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Mapa dos data centers: Campinas e Barueri se consolidam como maiores polos do Brasil

Macroáreas vem atraindo maior volume de investimentos, com crescimento de mais de 50% já contratado na região

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 11 de junho de 2025 às 11h18.

As macroáreas de Campinas e Barueri tendem a se consolidar como importantes polos de data centers.

Juntas, Campinas, Sumaré, Paulínia, Hortolândia, Barueri, Santana de Parnaíba e Osasco possuem o total de 30 deles, com capacidade instalada de 302 MW, segundo levantamento da consultoria Binswanger. Futuramente, o patamar deverá ser de 487 MW.

A Ascenty, operadora líder do segmento na América Latina, tem 11 empreendimentos na região de Campinas, totalizando 167 MW, e está desenvolvendo outros quatro — um em Hortolândia, com capacidade de 30 MW, e três em Sumaré, que somam 57 MW.

Já a Scala Data Centers, outra empresa do segmento, tem atuação principal na região de Barueri.

A pesquisa da Binswanger aponta área total de 617,5 mil metros quadrados, incluindo projetos em operação e desenvolvimento. O número de empreendimentos chega a 86, sendo 62 já construídos, 14 em obras, 7 em projeto e 3 planejados.

O levantamento não incluiu data centers integrados às estruturas das próprias empresas, locais que permitem locação de espaços para equipamentos, projetos mantidos por grandes provedores de serviços em nuvem ou construídos a partir de módulos pré-fabricados.

Atualmente, além das regiões de Campinas e Barueri, em São Paulo, hubs estão sendo desenvolvidos em locais como Rio Grande do Sul, Ceará e Zona da Mata de Minas Gerais.

Desafios

O mercado de data centers tem atraído investimentos de desenvolvedoras e investidores impulsionados pela crescente demanda por infraestruturas capazes de suportar uma economia cada vez mais digitalizada. A evolução do 5G, da computação em nuvem, inteligência artificial (IA) e dos serviços de streaming requer instalações que atendam a altas necessidades de tecnologia e energia.

No entanto, o processo mais demorado para obter licenças, que envolve etapas adicionais relacionadas à segurança e infraestrutura energética, e os custos de construção e operação mais elevados em comparação com galpões convencionais, devido às exigências específicas de temperatura, segurança e conectividade, atuam como obstáculos para novos entrantes no mercado. Esses fatores limitam a oferta de imóveis para locação.

Por exemplo, o projeto de expansão do data center da Elea Data Center, em São Bernardo do Campo, prevê uma ampliação de capacidade de 5 MW para 100 MW, com investimentos de R$ 5 bilhões, um valor muito superior ao necessário para galpões tradicionais.

No segmento, empresas como Ascenty, Scala, Elea, Equinix, Odata, Cirion, NextStream, IDX Data Centers & IT Services, Lumen e Surfix Cloud & Data Center dominam o mercado, conforme dados da Binswanger.

As empresas com maior número de projetos em construção incluem Scala, Ascenty, Equinix, Tecto Data Centers/V.tal e Quântico.

Investimento

A gestora de ativos imobiliários Alianza e o fundo soberano GIC são alguns dos investidores que apostam nesse segmento.

Juntas, as duas entidades devem investir R$ 2 bilhões em data centers no Brasil por meio de uma joint venture focada na compra de empreendimentos para sale and leaseback e build to suit.

Recentemente, o GIC Realty adquiriu um imóvel no Rio de Janeiro, onde opera um data center da Scala.

Em nível governamental, o governo federal está preparando uma legislação de incentivos fiscais para a instalação de data centers no Brasil nos próximos dez anos, com investimentos estimados em até R$ 2 trilhões, abrangendo a compra de equipamentos, a construção de projetos e o consumo de energia.

O Brasil representa metade do mercado latino-americano de data centers projetado para 2029, de acordo com a Brasscom.

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