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Inadimplência do aluguel residencial recua no final do ano, diz pesquisa

O levantamento indicou que 5,8% dos contratos de locação apresentaram atraso superior a 15 dias, abaixo dos 6,2% observados em outubro e novembro

Aluguel em dia: apesar dos juros altos, emprego e renda ajudam (sakchai vongsasiripat/Getty Images)

Aluguel em dia: apesar dos juros altos, emprego e renda ajudam (sakchai vongsasiripat/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 06h54.

Última atualização em 22 de dezembro de 2025 às 10h19.

A inadimplência no aluguel residencial no Brasil apresentou uma leve queda em dezembro de 2025, encerrando o ano em patamar inferior ao registrado em meses anteriores, conforme o Índice de Inadimplência de Aluguéis (IIA), lançado pela Loft e divulgado com exclusividade pela EXAME

O levantamento, que considera 500 mil contratos sob gestão da empresa em todo o país, indicou que 5,8% das locações apresentaram atraso superior a 15 dias, abaixo dos 6,2% observados em outubro e novembro.

O estudo também revelou uma redução significativa em comparação ao pico de 6,8% registrado em setembro de 2025.

Apesar de os juros elevados da economia pressionarem o orçamento das famílias, o mercado de trabalho manteve-se resiliente, com renda real relativamente estável.

Sandro Westphal, vice-presidente de alianças e parcerias estratégicas da Loft, destaca que esses fatores ajudaram a explicar a queda da inadimplência no fechamento do ano. “O mercado de trabalho foi um fator importante para essa redução, já que as famílias conseguiram manter um equilíbrio nas finanças”, afirma.

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O estudo também trouxe informações detalhadas sobre as regiões do Brasil, observando um recuo disseminado nas taxas de inadimplência. No Sudeste, o índice caiu de 6,1% para 5,8%, enquanto no Sul a redução foi de 6,1% para 5,6%. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste também registraram uma diminuição, passando de 7,0% para 6,6%.

Minas, o maior inadimplente

Entre os estados analisados, Minas Gerais liderou com o maior percentual de inadimplência (6,3%), embora tenha apresentado queda em relação aos meses anteriores.

Por outro lado, o Rio de Janeiro seguiu com a menor taxa do país, com 4,5%, refletindo a estabilidade do mercado local.

São Paulo, que representa um grande número de contratos no país, fechou dezembro com 5,8%, alinhado à média nacional.

A pesquisa revelou também que o fator mais citado para os atrasos nos pagamentos foi a perda ou diminuição da renda, que afetou 42% dos inadimplentes, seguido por gastos imprevistos (27%) e despesas fixas elevadas (23%).

Expectativas para 2026

Apesar da melhora observada, especialistas indicam que a inadimplência é um indicador sensível ao ciclo econômico.

Westphal acredita que, com a continuidade de uma economia desafiadora, mas com certa estabilidade no mercado de trabalho, a inadimplência poderá continuar a recuar, ainda que de forma mais lenta.

"O fechamento do ano trouxe algum alívio financeiro para muitas famílias, o que ajuda a explicar a melhora observada em dezembro", diz.

Metodologia

O IIA é calculado a partir de dados de 500 mil contratos de Fiança Aluguel sob gestão da Loft, líder do mercado.

A metodologia considera uma janela de três meses para que a imobiliária informe sobre os atrasos, permitindo uma visão precisa da inadimplência no país.

O estudo abrange diversas regiões e tipos de imóveis, desde estúdios compactos até casas de alto padrão, proporcionando uma análise representativa do mercado de locação residencial brasileiro.

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