Mercado imobiliário

FGV tem novo índice de aluguel nas capitais: preços caem 0,61% em 2021

Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) considera os dados de contratos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, ampliando a transparência do mercado

Novo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais, da FGV, ajuda proprietários e inquilinos a terem uma referência confiável dos preços de mercado | Foto: Imovelweb/Divulgação (Imovelweb/Divulgação)

Novo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais, da FGV, ajuda proprietários e inquilinos a terem uma referência confiável dos preços de mercado | Foto: Imovelweb/Divulgação (Imovelweb/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2022 às 15h15.

Última atualização em 11 de janeiro de 2022 às 15h16.

Boas notícias para o brasileiro que é inquilino ou proprietário de imóveis. A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira, dia 11, o seu novo indicador, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR).

O novo indicador mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras -- São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre -- com base em informações anônimas de contratos de locação obtidas pelo IBRE FGV junto a empresas administradoras de imóveis.

Para a construção da metodologia do IVAR, a FGV contou com troca de informações e parcerias com diferentes atores do mercado imobiliário, como a startup QuintoAndar, que tem o seu próprio índice de aluguel.

A pouca disponibilidade de dados estatísticos no mercado imobiliário e, em particular, no segmento de locação, é apontada por especialistas como um dos fatores que impedem que haja um volume maior de negócios. Na ausência de informações, as partes envolvidas -- proprietários e inquilinos -- tendem a adotar posturas mais defensivas nas negociações de contrato, em um processo que leva tempo e dinheiro, gerando ineficiências.

O novo indicador da FGV encerrou o ano passado com queda de 0,61%. Em dezembro, o IVAR subiu 0,66%, depois de alta de 0,79% em novembro, o que sinaliza que, apesar da retração anual, os preços dos aluguéis estão em trajetória de recuperação dos valores.

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“O setor imobiliário foi profundamente afetado pelos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho. O desemprego elevado sustentou negociações entre inquilinos e proprietários que resultaram, em sua maioria, em queda ou manutenção dos valores dos aluguéis, contribuindo para o recuo da taxa anual do índice”, afirmou Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE e responsável pela metodologia do IVAR.

O IVAR desacelerou em dezembro nas duas cidades de maior peso na sua composição: São Paulo (o índice passou de 0,78% em novembro para 0,48% em dezembro) e Rio de Janeiro (de 1,46% para 1,03%). Em Belo Horizonte (de 1,00% em novembro para 1,17% em dezembro) e Porto Alegre (de 0,27% para 0,43%), houve alta das taxas de variação.

Na taxa acumulada de 2021, as cidades que compõem o IVAR tiveram as seguintes variações:

  • São Paulo: -1,83%
  • Porto Alegre: -0,35%
  • Rio de Janeiro: +0,46%.
  • Belo Horizonte: +1,46%

O IVAR também atesta a desconexão do chamado "índice do aluguel", o IGP-M, com a realidade do mercado residencial para locação no país. O indicador, que também é calculado pela FGV, encerrou o ano em alta de 17,78%, pressionado por preços do atacado, que respondem por 60% de sua composição. São produtos impactados diretamente pela variação do dólar mas não necessariamente relacionados ao mercado de aluguel, como petróleo e soja.

Os números do IVAR e de outros índices que medem a variação do aluguel mostram que proprietários e inquilinos entraram em negociações e chegaram a acordos que refletem a realidade da economia e do mercado de trabalho, dado que o avanço da renda média do brasileiro ficou muito aquém dos 17,78% do IGP-M, quando não estagnado.

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