Fannie Mae precisa de mais US$ 8,4 bi dos EUA
As perdas da Fannie refletem a contínua fraqueza do mercado imobiliário
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - A Fannie Mae vai solicitar mais US$ 8,4 bilhões ao Departamento de Tesouro dos Estados Unidos depois de divulgar um prejuízo líquido de US$ 11,5 bilhões no primeiro trimestre. Este é o último sinal de que o socorro do governo federal para a investidora em hipotecas e sua principal concorrente, Freddie Mac, deve ser o legado mais expressivo do colapso do mercado imobiliário norte-americano, segundo o Wall Street Journal.
As perdas da Fannie refletem a contínua fraqueza do mercado imobiliário e teriam sido maiores sem mudanças contábeis que reduziram seu déficit. A perda trimestral representa uma melhora em relação aos US$ 23,5 bilhões perdidos no primeiro trimestre de 2009 e marca a 12ª perda trimestral consecutiva para a empresa de Washington.
Neste período, a empresa teve perdas que totalizam quase US$ 148 bilhões, quase o dobro do seu lucro nos últimos 35 anos. A ajuda do governo para a Fannie Mae vai subir para US$ 84 bilhões, e a ajuda para a Fannie e a Freddie vai alcançar US$ 145 bilhões. O governo dos EUA assumiu o controle das duas empresas em 2008, quando as crescentes perdas ameaçavam acabar com a pequena reserva de capital delas.
Enquanto muitos dos maiores bancos do país já pagaram seus empréstimos ao governo e alguns estão voltando a acumular grandes lucros, a Fannie e a Freddie continuam no vermelho devido às suas enormes exposições a calotes de empréstimos imobiliários.
As empresas estão expostas a uma única classe de ativos, detendo quase US$ 5,5 trilhões em hipotecas e garantias de empréstimos. Ao contrário de muitas empresas financeiras, elas não têm uma divisão lucrativa que possa ser vendida para ajudá-las a sair do buraco. Apesar das enormes perdas, as empresas estão ajudando a estabilizar o mercado imobiliário.
A Fannie, a Freddie e a Administração Federal Imobiliária (FHA, na sigla em inglês) forneceram garantias ou seguros para 96,5% das hipotecas imobiliárias originadas no primeiro trimestre, de acordo com a Inside Mortgage Finance, uma publicação de negócios. As empresas também exercem um papel essencial nos esforços da administração Obama para mudar os empréstimos para evitar execuções hipotecárias. As informações são da Dow Jones.