Mercado imobiliário

Em Nova York, o Rockefeller Center quer refinanciar suas dívidas. Vai ser um teste para o mercado

Captação de US$ 3,5 bilhões do edifício icônico será a maior no mercado de escritórios em Manhattan, que ainda não se recuperou da crise do pós-pandemia, desde 2021

Complexo é conhecido por sua icônica decoração de Natal (Divulgação)

Complexo é conhecido por sua icônica decoração de Natal (Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 15h31.

Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 15h36.

Um dos pontos mais icônicos de Nova York está no centro das atenções dos investidores, principalmente aqueles ligados ao setor imobiliário, aponta o The Wall Street Journal.

A Tishman Speyers, dona do Rockefeller Center, que que abriga o estúdio da NBC, o Radio City Music Hall e a mais tradicional Árvore de Natal e Manhattan, está buscando uma captação de US$ 3,5 bilhões no mercado, em parte para pagar US$ 1,7 bilhão em títulos lastreados em hipotecas comerciais que vende no ano que vem. 
É a primeira vez desde 2021 – ou seja, antes das taxas de juros começarem a subir e a crise gerada pelo trabalho híbrido esvaziar boa parte dos escritórios – que um prédio comercial busca um refinanciamento dessa monta. Naquela época, o maior dono de escritórios de Manhattan, o SL Green, conseguiu um empréstimo de US$ 3 bilhões para a One Vanderbilt, a torre na Avenida 42, ao lado do Grande Central Terminal.

Desde então, tem sido difícil encontrar capital para pagar empréstimos das propriedades de maior porte. Apenas 30% dos empréstimos de escritórios no valor de mais de US$ 100 milhões que venceram este ano foram pagos em dia, mostram dados da Moody's CMBS, enquanto a maior parte foi estendida  ou sofreu default.

Em comparação, 70% dos empréstimos no valor de menos de US$ 10 milhões foram pagos em dia, um sinal de que os credores estão muito mais confortáveis ​​em emitir hipotecas menores.

Na mesma linha, também tem sido difícil encontrar alguém disposto a comprar um escritório grande.  Apenas 29 escritórios no valor de mais de US$ 100 milhões mudaram de mãos até agora em 2024, em comparação com 130 em 2019, mostram dados da empresa de pesquisa imobiliária Green Street.

Se por um lado os fundos de pensão e investidores institucionais tem saído do setor, buscando mais vender do que comprar novas propriedades, ativos menores têm sido mais fáceis de vender, pois indivíduos ricos que estão dispostos a pagar em dinheiro têm aproveitado os preços baixos.

Um refinanciamento bem-sucedido para o Rockefeller Center mostraria pelo menos que ativos de alta qualidade podem voltar ao jogo. Embora os escritórios do Rockefeller Center sejam menos atraentes hoje em dia para um público que busca salas mais modernas, o complexo tem ótima localização. Tanto que no final de junho sua taxa de ocupação era de 95%, considerado alto para Midtown Manhattan.

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