Mercado imobiliário

Dois a cada três brasileiros deixam de negociar imóveis pelo preço, diz Datafolha

Mais da metade dos proprietários admitem que inflam os preços para ter maior margem de negociação

Imóveis: dificuldade de precificação dificulta negócios (ferrantraite/Getty Images)

Imóveis: dificuldade de precificação dificulta negócios (ferrantraite/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de outubro de 2024 às 16h12.

Fator decisivo na hora de escolher um imóvel, o preço tem sido um empecilho na hora da negociação. Dois a cada três brasileiros já desistiram de alugar, comprar ou vender um imóvel com medo de fazer um mau negócio por conta do preço. 

A informação é de pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com o Grupo QuintoAndar para identificar os desafios da população na hora de precificar um ativo residencial. Foram entrevistados mais de 2 mil inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis em todas as cinco regiões do país (veja detalhes da metodologia abaixo).

O estudo apontou que 84% dos entrevistados considera difícil obter informações precisas sobre qual seria o preço adequado de um imóvel. Em uma escala de 0 a 10, os principais desafios elencados foram:

  • Ter fontes confiáveis para se orientar (média 6,4);
  • Saber se o preço está adequado na hora da decisão (6,4);
  • Avaliar o impacto das melhorias/reformas feitas no imóvel (6,3). 

Boa parte da incerteza vem da cultura do brasileiro em colocar o valor um pouco acima do esperado para aumentar a margem de negociação. Segundo a pesquisa, 53% dos entrevistados acreditam que os proprietários utilizam essa estratégia esperando um pedido de desconto na negociação.

Os proprietários, por sua vez, corroboram essa visão. Mais da metade deles (56%) admite inflar os preços contando com a barganha. Outros 29% são verdadeiros na hora de indicar o valor que desejam – ainda abrindo espaço para negociação, ainda que menor. E apenas 16% precificam o imóvel diretamente no patamar que estão dispostos a fechar um acordo, sem flexibilidade.

Diante disso, quem tem interesse em alugar ou comprar já inicia as negociações pensando no desconto. A pesquisa mostra que 77% dos brasileiros começam a procura com essa mentalidade – e mais da metade (52%) busca uma margem de negociação entre 5% e 10% do valor do imóvel. 

“Essa estratégia, muitas vezes, acaba prejudicando quem planeja vender ou alugar, em razão da sobreprecificação, podendo, inclusive, impactar a liquidez do imóvel. Isso pode desestimular também os compradores e inquilinos que buscam preços justos e transparentes”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar. 

Metodologia da pesquisa 

Ao todo, foram realizadas 2.005 entrevistas com a população brasileira com 18 anos ou mais, incluindo inquilinos, compradores, vendedores e proprietários de imóveis, em todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). 

Há, ainda, uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte, as mais populosas do país. 

A pesquisa foi feita entre os dias 27 de agosto e 12 de setembro de 2024 e tem uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.

Acompanhe tudo sobre:QuintoAndarImóveis

Mais de Mercado imobiliário

Mercado ainda vai piorar antes de melhorar, diz analista de FIIs do Santander

Fechado há seis anos, parque aquático dará lugar a condomínio com 700 casas, heliponto e mais

Quais são os prédios mais altos de São Paulo?

Leilão de 920 imóveis da Zuk tem oportunidades a partir de R$ 10 mil