Rede social vira ferramenta para cinéfilo
Pesquisa da TNS para o Google mostra a internet como importante fonte de informação sobre filmes
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2010 às 13h45.
São Paulo - As redes sociais são os meios mais usados pelas pessoas para procurar informações sobre filmes antes de irem ao cinema. Esta foi uma das conclusões a que a pesquisa, realizada pela TNS Research International a pedido do Google, chegou. O levantamento começou em novembro do ano passado nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Foram entrevistadas pessoas das classes A, B e C, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 64 anos, nos cinemas da rede Cinemark.
"Sempre procuramos entender o comportamento das pessoas em relação à internet. E queríamos saber o relacionamento com o entretenimento. E não havia nenhum estudo ou pesquisa sobre a relação cinema e internet", disse Jorge Dib, diretor de negócios de mídia, turismo e entretenimento do Google. O estudo, revelado somente agora, mostra que 59% dos entrevistados leem nas redes sociais e nos blogs as opiniões de outras pessoas sobre o filme que querem assistir.
Na internet, 94% procuram informações sobre o gênero do filme; 75% sobre resenha; 71% pesquisam quem são os atores do filme que querem assistir; 53% buscam o diretor; 48% leem críticas de profissionais; e 64% assistem ao trailer no YouTube ou no site do próprio filme.
Para saber onde está sendo exibida determinada produção, 45% dos entrevistados disseram consultar revistas semanais; 37%, redes sociais; 35%, rádio e comunicadores instantâneos (como MSN ou Google Talk, por exemplo); 28%, revistas de cultura e anúncio na internet; 27% site de venda de ingresso; 21% verificam no próprio cinema; 20% em e-mail marketing; 16% em blogs; e 11% em podcasts especializados.
De acordo com Dib, o Google ficou surpreso ao receber o resultado do estudo que aponta YouTube e Orkut, no caso das redes sociais, como sites nos quais os usuários buscam informações sobre filmes. "Foi uma surpresa interessante. Assim, podemos prestar apoio no lançamento e, principalmente, dar suporte à formação de opinião do usuário sobre o filme", declarou.
O executivo citou exemplos de ações desenvolvidas para lançamentos de filmes, como "Avatar", da Fox. A empresa comprou espaço no Orkut e publicou um anúncio do filme nos perfis de usuários brasileiros que condiziam com o perfil que procuravam. Ao clicar sobre o banner do filme, o internauta assistia a um trecho da produção e depois podia viralizar para seus amigos do Orkut.
Para a divulgação de "Alice no País das Maravilhas", da Disney, foi feito um anúncio em alguns perfis que, ao receber um clique, encaminhava o internauta para o site do filme.
Ingressos
Apesar das informações sobre os filmes serem adquiridas pela internet, a compra dos ingressos ainda é offline. Dos entrevistados, 72% responderam que deixam para comprar na bilheteria, na hora do filme, e 34% também compram na bilheteria, mas com antecedência. Apenas 22% efetuam a compra online dos ingressos e 4% no totem do cinema.
O motivo pela baixa procura de compra de ingressos pela internet é porque os entrevistados disseram não ver vantagem e que decidem na hora qual filme querem ver. "Mesmo quando a internet for acessível a 100% das pessoas, a venda de ingressos não será totalmente online, porque, para esse público, ir ao cinema envolve decidir a compra na hora, ter tempo para ficar na fila e conversar com os amigos. Tudo isso faz parte do programa", justificou Dib.
Mídias
O YouTube também é responsável por informar 57% dos entrevistados sobre os filmes que estão em cartaz, já que seus trailers são vistos na web. O restante fica sabendo pelo site das redes de cinema (56%), pelo Google (47%) ou por meio de portais especializados em cinema ou de notícias (46%).
Em relação aos meios offline, 90% assistem a trailers no cinema; 86% seguem as indicações de parentes e amigos; 86% veem os cartazes dos filmes; 78% o comercial na TV; 70% assistem ao trailer em DVD; 68% consultam guias culturais de jornais; 62% veem programas de TV aberta e 61% programas de TV fechada.
Dib falou que o Google já começou a trabalhar em formatos inovadores no YouTube e Orkut para atender o mercado de entretenimento. No Google, 50% das buscas que são feitas são relativas ao entretenimento, argumentou o executivo, que promete, ainda neste ano, apresentar as novidades ao mercado.