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Polishop: comerciais de TV eram sucesso entre crianças na década de 1990; entenda a razão

Marca brasileira de varejo entrou com pedido de recuperação judicial, mas anúncios seguem sendo lembrados com nostalgia

Comercial do Juicer Walita, da Polishop (Reprodução/YouTube)
Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Publicado em 17 de maio de 2024 às 17h23.

Última atualização em 17 de maio de 2024 às 21h04.

A Polishop , sob o nome Polimport, entrou em recuperação judicial, após mais de um ano enfrentando uma crise financeira, conforme noticiou aEXAME. A empresa brasileira de varejo multicanal, que hoje possui uma dívida de 352,1 milhões de reais, se destacou em anos anteriores com seus populares comerciais na televisão .

Fundada em 1999 por João Appolinário , a marca ficou conhecida por adotar uma estratégia agressiva de marketing por meio de infomerciais, que eram uma novidade no Brasil na época, e hoje em dia são lembrados com nostalgia por muitos que cresceram nas décadas de 1990 e 2000.

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Os anúncios costumavam mostrar produtos curiosos, com apresentações detalhadas e demonstrações práticas que capturavam a atenção dos telespectadores, inclusive das crianças, que assistiam à TV aberta e por assinatura. Hoje, não raro, há quem lembre dos comerciais nas redes sociais.

"Quando era criança, passava o dia vendo comercial da Polishop. Queria ter tudo", disse um internauta no X (antigo Twitter). "Eu era uma criança de 5, 6 anos que ficava vendo o dia inteiro comercial da Polishop com a minha avó e era simplesmente apaixonada", escreveu outro.

No início da operação, a Polishop ainda costumava comprar espaços publicitários em horários menos concorridos da televisão, uma prática conhecida como compra de 'calhaus'. Isso permitiu que a empresa ocupasse uma grande parte do tempo de transmissão com seus infomerciais, o que fez com que muitos de seus produtos se tornassem familiares para aqueles que assistiam TV regularmente​.

"Acredito que o fascínio que tais comerciais possam gerar nas crianças venha do seu formato muito simples, baseado na demonstração do produto e com mensagens redundantes", diz Eric Messa, coordenador da graduação em Publicidade e Propaganda da FAAP.

"A demonstração do funcionamento de determinado produto pode chamar atenção assim como aqueles circuitos complexos em que uma bolinha passa por vários obstáculos e prende a nossa atenção, pois queremos ver o que acontece a cada avanço da bolinha", complementa Messa.

Facas que cortam sapato

Entre produtos antigos lembrados até os dias de hoje na intenet, está o Juicer, que entra na tradição de outros informerciais brasileiros. Seus atributos eram apresentados nos vídeos, por vezes, com explicações excêntricas, que figuravam como um tipo de entretenimento informativo, a exemplo das facas Ginsu, que cortavam até sapato ( veja abaixo ).

Outro motivo que pode explicar o fascínio das crianças pelos informerciais, segundo Marcos Bedendo, professor de branding e marketing na ESPM-SP, é a estrutura e a repetição constante dos vídeos, que contribuíam para fixar os produtos e a marca na mente dos pequenos.

"Criança gosta de repetição, porque sabe o que vai acontecer. O formato também costuma atrair, porque conta uma historinha, e os produtos parecem oferecer resultados mágicos. Isso pode engajar o público infantil que se envolve com o enredo simples, e até pode querer ver se o efeito é o mesmo em casa. Possivelmente, há também um elemento de tédio e a concorrência na TV durante a exibição dos comerciais naquela época", explica o professor.

Relembre 5 informerciais de TV antigos:

1. Facas Ginsu

2. Óculos Ambervision

3. Meias Vivarina

4. Juicer Walita

5. Aparelho de audição Sonic 2000

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