"Na Copa, há espaço para todos", diz diretor de marketing da Fifa
Realizada no Rio de Janeiro, Soccerex atrai grandes nomes do futebol e de anunciantes
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 12h21.
Rio de Janeiro - "A Copa já começou!" Essa foi a principal mensagem de Nizan Guanaes, chairman do Grupo ABC, durante sua palestra na convenção global Soccerex, a maior para negócios do futebol, que começou nesta segunda-feira e foi aberta pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, no Forte de Copacabana, na capital fluminense. Guanaes fez sua apresentação em inglês para um auditório lotado e, entre outras coisas, disse que ainda estamos no começo da criação de uma indústria de comunicação em torno do futebol, pois agora está realmente entrando dinheiro no negócio, pela primeira vez.
“O Brasil está liderando a pauta. Não se constrói um futebol global sem dinheiro. O passado sim foi marcado por muitos problemas e amadorismo, mas estamos escrevendo o futuro”, disse o executivo, que fez questão de dizer que não entende muito de futebol e, por isso, vem procurando estabelecer parcerias com pessoas e empresas – como a norte-americana Octagon, representada na SoccerEx por seu presidente, Rick Dudley, e que tem entre seus clientes a poderosa NFL – liga de futebol americano dos Estados Unidos.
Dudley disse, no painel “O papel das agências em mega eventos esportivos”, que o futebol está se globalizando e mercados novos vêm crescendo em força, fazendo com que o centro do poder se desloque do mercado europeu, para onde tradicionalmente rumaram os melhores jogadores de futebol do planeta. O presidente da Octagon está otimista de que este processo irá mudar e acredita também que até 2014 o futebol terá se tornado o terceiro esporte mais popular dos EUA.
Pela segunda vez consecutiva realizada no Rio de Janeiro, a Soccerex reúne milhares de representantes da comunidade mundial do futebol: associações e confederações, federações nacionais, cidades brasileiras que sediarão a Copa do Mundo em 2014, clubes e ligas nacionais e internacionais, provedores de serviços ligados ao esporte, marcas globais e regionais, autoridades de turismo e craques e celebridades do esporte.
Além de Sergio Cabral, participaram da cerimônia de abertura Aldo Rebelo, ministro dos Esportes; Tony Martin, chairman da Soccerex; Luis Fernando de Souza, vice-governador do Rio de Janeiro; Mario Zagallo, ex-jogador e ex-técnico da Seleção Brasileira; Carlos Alberto Torres, embaixador oficial da Soccerex; e Zico, ídolo di Flamengo e da Seleção Brasileira, hoje treinador de futebol. Na ocasião, Zagallo foi homenageado com uma camisa com o número 13 recebida das mãos de Brian Robinson, embaixador da Soccerex e ex-capitão da seleção inglesa.
“O nosso futebol deve ser protegido no seu espírito mais original. Por isso precisamos buscar acima de tudo a cooperação, a harmonia e o profissionalismo. Organizaremos uma Copa do Mundo à altura das expectativas, mostrando que o futebol é um espaço de confraternização entre as pessoas e entre os povos”, pontuou Rebelo. Cabral destacou a importância dos negócios gerados pela Soccerex. “Por meio do evento, o Rio está mais uma vez sendo divulgado no Brasil e no exterior e gerando oportunidades de negócios para a nossa cidade. Os hotéis estão cheios e os negócios sendo celebrados. O Rio mais uma vez prova sua capacidade de realizar grandes eventos”, disse o governador.
Marcas na Copa
Na palestra “O futebol e as marcas mundiais”, Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, abordou a proteção aos direitos dos patrocinadores na Copa do Mundo. “A parte mais importante é saber limitar. Todas as grandes marcas querem ser patrocinadoras da Copa do Mundo. Nossa carteira de empresas se limita a 20 marcas. Temos que recusar as outras, dizendo 'não, obrigado'”, disse Weil. Segundo ele, como os preços são altos, é preciso dar o retorno esperado pelas empresas tanto financeiro como de exposição da marca. “Damos exclusividade a nossos parceiros habituais e de empresas fortes economicamente, como é o caso do banco Itaú”, disse o diretor da Fifa.
Weil enfatizou que haverá negócios para todas as empresas durante a Copa e deu como exemplo a edição da África do Sul, em 2010. “Na Copa da África do Sul, os varejistas dobraram seus negócios, participando da receita gerada pelo evento na época. Haverá negócios para todos, mas temos que proteger nossos parceiros”, ressaltou Weil.
Claus Peter Mayer, vice presidente de marketing esportivo da Adidas, falou sobre a escolha do futebol como plataforma para patrocínio e como foi o desenvolvimento de seus negócios. “Para nós alemães não houve uma escolha pelo futebol, porque o esporte já está em nosso DNA. Tanto o futebol como nossa marca se desenvolveram paralelamente. Encaramos esse esporte não como patrocínio, mas como parte de nossas vidas”, analisou.
Mayer ressaltou ainda a diferença de maturidade entre os mercados. “O desenvolvimento dos mercados diferem em maturidade. Depende do desenvolvimento de cada país. Não podemos comparar a Copa do Mundo a nenhum outro evento porque o publico relacionado a ela é surpreendentemente enorme. Na Alemanha, o crescimento do mercado não foi tão grande por já sermos um país desenvolvido. Já na África do Sul, houve um crescimento considerável”, ressaltou.
Fernando Chacon, diretor de marketing do Itaú, justificou a escolha do futebol como sua plataforma de patrocínio, mesmo sendo uma empresa voltada para resultados em número de correntistas. “O Itaú tem uma cultura muito próxima ao esporte e, por incrível que pareça, o próprio publico fez com que escolhêssemos o futebol como plataforma. Através de pesquisas, descobrimos que a marca do Itaú já era muito associada ao futebol, mesmo quando só patrocinávamos as transmissões”, contou Chacon.
Rio de Janeiro - "A Copa já começou!" Essa foi a principal mensagem de Nizan Guanaes, chairman do Grupo ABC, durante sua palestra na convenção global Soccerex, a maior para negócios do futebol, que começou nesta segunda-feira e foi aberta pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, no Forte de Copacabana, na capital fluminense. Guanaes fez sua apresentação em inglês para um auditório lotado e, entre outras coisas, disse que ainda estamos no começo da criação de uma indústria de comunicação em torno do futebol, pois agora está realmente entrando dinheiro no negócio, pela primeira vez.
“O Brasil está liderando a pauta. Não se constrói um futebol global sem dinheiro. O passado sim foi marcado por muitos problemas e amadorismo, mas estamos escrevendo o futuro”, disse o executivo, que fez questão de dizer que não entende muito de futebol e, por isso, vem procurando estabelecer parcerias com pessoas e empresas – como a norte-americana Octagon, representada na SoccerEx por seu presidente, Rick Dudley, e que tem entre seus clientes a poderosa NFL – liga de futebol americano dos Estados Unidos.
Dudley disse, no painel “O papel das agências em mega eventos esportivos”, que o futebol está se globalizando e mercados novos vêm crescendo em força, fazendo com que o centro do poder se desloque do mercado europeu, para onde tradicionalmente rumaram os melhores jogadores de futebol do planeta. O presidente da Octagon está otimista de que este processo irá mudar e acredita também que até 2014 o futebol terá se tornado o terceiro esporte mais popular dos EUA.
Pela segunda vez consecutiva realizada no Rio de Janeiro, a Soccerex reúne milhares de representantes da comunidade mundial do futebol: associações e confederações, federações nacionais, cidades brasileiras que sediarão a Copa do Mundo em 2014, clubes e ligas nacionais e internacionais, provedores de serviços ligados ao esporte, marcas globais e regionais, autoridades de turismo e craques e celebridades do esporte.
Além de Sergio Cabral, participaram da cerimônia de abertura Aldo Rebelo, ministro dos Esportes; Tony Martin, chairman da Soccerex; Luis Fernando de Souza, vice-governador do Rio de Janeiro; Mario Zagallo, ex-jogador e ex-técnico da Seleção Brasileira; Carlos Alberto Torres, embaixador oficial da Soccerex; e Zico, ídolo di Flamengo e da Seleção Brasileira, hoje treinador de futebol. Na ocasião, Zagallo foi homenageado com uma camisa com o número 13 recebida das mãos de Brian Robinson, embaixador da Soccerex e ex-capitão da seleção inglesa.
“O nosso futebol deve ser protegido no seu espírito mais original. Por isso precisamos buscar acima de tudo a cooperação, a harmonia e o profissionalismo. Organizaremos uma Copa do Mundo à altura das expectativas, mostrando que o futebol é um espaço de confraternização entre as pessoas e entre os povos”, pontuou Rebelo. Cabral destacou a importância dos negócios gerados pela Soccerex. “Por meio do evento, o Rio está mais uma vez sendo divulgado no Brasil e no exterior e gerando oportunidades de negócios para a nossa cidade. Os hotéis estão cheios e os negócios sendo celebrados. O Rio mais uma vez prova sua capacidade de realizar grandes eventos”, disse o governador.
Marcas na Copa
Na palestra “O futebol e as marcas mundiais”, Thierry Weil, diretor de marketing da Fifa, abordou a proteção aos direitos dos patrocinadores na Copa do Mundo. “A parte mais importante é saber limitar. Todas as grandes marcas querem ser patrocinadoras da Copa do Mundo. Nossa carteira de empresas se limita a 20 marcas. Temos que recusar as outras, dizendo 'não, obrigado'”, disse Weil. Segundo ele, como os preços são altos, é preciso dar o retorno esperado pelas empresas tanto financeiro como de exposição da marca. “Damos exclusividade a nossos parceiros habituais e de empresas fortes economicamente, como é o caso do banco Itaú”, disse o diretor da Fifa.
Weil enfatizou que haverá negócios para todas as empresas durante a Copa e deu como exemplo a edição da África do Sul, em 2010. “Na Copa da África do Sul, os varejistas dobraram seus negócios, participando da receita gerada pelo evento na época. Haverá negócios para todos, mas temos que proteger nossos parceiros”, ressaltou Weil.
Claus Peter Mayer, vice presidente de marketing esportivo da Adidas, falou sobre a escolha do futebol como plataforma para patrocínio e como foi o desenvolvimento de seus negócios. “Para nós alemães não houve uma escolha pelo futebol, porque o esporte já está em nosso DNA. Tanto o futebol como nossa marca se desenvolveram paralelamente. Encaramos esse esporte não como patrocínio, mas como parte de nossas vidas”, analisou.
Mayer ressaltou ainda a diferença de maturidade entre os mercados. “O desenvolvimento dos mercados diferem em maturidade. Depende do desenvolvimento de cada país. Não podemos comparar a Copa do Mundo a nenhum outro evento porque o publico relacionado a ela é surpreendentemente enorme. Na Alemanha, o crescimento do mercado não foi tão grande por já sermos um país desenvolvido. Já na África do Sul, houve um crescimento considerável”, ressaltou.
Fernando Chacon, diretor de marketing do Itaú, justificou a escolha do futebol como sua plataforma de patrocínio, mesmo sendo uma empresa voltada para resultados em número de correntistas. “O Itaú tem uma cultura muito próxima ao esporte e, por incrível que pareça, o próprio publico fez com que escolhêssemos o futebol como plataforma. Através de pesquisas, descobrimos que a marca do Itaú já era muito associada ao futebol, mesmo quando só patrocinávamos as transmissões”, contou Chacon.