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Champions League: Real Madrid 'goleia' Borussia Dortmund em seguidores nas redes sociais

Número, contudo, não reflete necessariamente o engajamento das páginas; especialistas comentam como clubes podem aproveitar a partida final para fortalecer marketing digital

Vinicius Jr of Real Madrid is celebrating a goal during the La Liga 2023/24 match between Real Madrid and Alaves at Santiago Bernabeu Stadium in Madrid, Spain, on May 14, 2023. (Photo by Guillermo Martinez) (Guillermo Martinez/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 30 de maio de 2024 às 15h51.

Real Madrid e Borussia Dortmund se enfrentam neste sábado, 1, às 16h (de Brasília), pela decisão da Champions League , no estádio de Wembley, em Londres, com o favoritismo espanhol para erguer o 15º troféu de sua história. Na batalha por espaço na internet, por sua vez, a equipe de Madrid leva boa vantagem em relação aos alemães. O número de fãs que acumula nas principais redes sociais é, em média, sete vezes maior do que o de rivais. Mas isso não reflete necessariamente o engajamento que cada um deles produz.

Com 14 títulos, o Real Madrid é o maior campeão da Champions League e, liderados por Vinicius Junior e Jude Bellingham, buscam ampliar sua hegemonia na Europa – que não está restrita ao campo. Na internet, soma cerca de 390 milhões de seguidores entre as principais redes sociais ( Instagram, X, Facebook, YouTube, TikTok e LinkedIn ).

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“Há anos o Real Madrid conta com grandes nomes do futebol mundial no elenco. Trata-se de um clube bastante vencedor, o que gera interesse. Além disso, participar da final da competição mais importante de times da Europa também traz grande visibilidade para as equipes", afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

Em 2023/2024, além de estar na decisão do torneio europeu, os merengues conquistaram o Espanhol e a Supercopa da Espanha. Os números nas redes sociais espelham o sucesso nos campos: 159 milhões de seguidores no Instagram, cerca de 50,5 milhões no X, 123 milhões no Facebook, 13,4 milhões no YouTube e 234 mil no LinkedIn.

Do outro lado, o Borussia Dortmund chega para a final após eliminar PSV, Atlético de Madrid e Paris Saint-Germain ao longo do mata-mata. Campeão em 1996/1997, busca o segundo título continental e dar a Marco Reus, na última partida pelo clube, o primeiro título pela equipe. O número total de seguidores do Borussia Dortmund (cerca de 51,5 milhões) equivale a 13% do acumulado pelo Real Madrid ao longo dos anos.

Fora da internet, as médias dos clubes são semelhantes: no Signal Iduna Park, a média de ocupação em seu estádio é de 99,9% na temporada 2023/2024. A força das arquibancadas ajudou o clube a voltar a uma final de Champions League depois de 11 anos. Na ocasião, a equipe enfrentou o rival nacional Bayern de Munique, mas terminou derrotado por 2 a 1.

Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM, deu exemplo de como os alemães podem aproveitar a decisão para aumentar mais sua base de fãs utilizando a diversidade do próprio elenco na geração de conteúdos. Hoje, o grupo comandado por Edin Terzic possui atletas de 13 nacionalidades diferentes, além dos jogadores alemães.

“A final da Champions League é a maior vitrine do mundo do futebol de clubes, capaz de atrair muitos olhares curiosos além dos habituais fãs do esporte. Nesses 11 anos que se passaram desde a última vez que o Borussia esteve na principal final continental de times da Europa, as redes sociais passaram a ser apoio e uma das principais formas de comunicação diária de entidades esportivas com seus respectivos fãs. Nesse sentido, uma estratégia que pode ser uma boa aposta para multiplicar a base de fãs para além dos alemães é ampliar os idiomas e utilizar jogadores de outras nacionalidades como embaixadores para chamar seus países para torcer”, opina Martinho.

Clubes engajam pouco, diz especialista

Mesmo com diferença no número de seguidores, Dortmund e Real se assemelham na taxa de engajamento nas redes sociais. No Instagram, revertem 0,47% e 0,53% dos seguidores, respectivamente, com engajamento. No X, números inferiores, com o Dortmund levando ligeira vantagem: 0,03% contra 0,01% na taxa de engajamento. Em média, o perfil oficial do Borussia Dortmund, em alemão, recebe 1.132 curtidas e interações por publicação.

Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, agência que representa e administra a carreira de vários atletas, entre eles Endrick, falou sobre como funciona o engajamento para as equipes: “Não só os clubes de futebol, mas os clubes de todas outras modalidades esportivas, músicos, empresas, atores e demais profissionais e instituições dificilmente conseguem engajamento superior a 2%, mesmo que em momentos e períodos específicos. Ter 1% de engajamento é bem razoável, até porque, são clubes, especialmente o espanhol, que possuem muito mais simpatizantes do que adeptos, torcedores. A facilidade de se receber e consumir conteúdo gratuito gera um volume de seguidores que aceita receber esse conteúdo, muito maior do que o de pessoas que pagariam por esse conteúdo”, avalia.

O executivo finaliza: “Qualquer um dos quinze maiores clubes do mundo, se cobrar um dólar por mês em troca do seu conteúdo publicado nas redes sociais, perde no mínimo 95% dos seus seguidores. São vistosos os números que eles geram, mas seu efetivo valor é insignificante”.

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