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O topo da nossa pirâmide social faz jus ao topo da Pirâmide de Maslow?

No artigo, Fabio Hayashi faz uma reflexão sobre como a sociedade e nossas próprias escolhas influenciam na busca por evolução pessoal e espiritual

Ano novo: reflexões sobre evolução pessoal e espiritual para um futuro melhor. (Delmaine Donson/Getty Images)
Fabio Hayashi

Colunista

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 11h00.

Toda virada de ano eu tenho por hábito fazer reflexões sobre erros e acertos em busca da minha própria evolução. Para este ano, resolvi fazer uma análise mais ampla usando o modelo SWOT. Assim como fazemos nas empresas, resolvi avaliar oportunidades e ameaças externas para a minha própria vida. E uma das ameaças percebida é a nossa própria sociedade.

Para entrar neste tópico, vou falar um pouquinho da minha origem. Sou mestiço, meus avós por parte de pai vieram do Japão e por parte de mãe, Itália e Portugal. Vim de família simples, no entanto, sempre tive uma educação muito rígida herdada da cultura japonesa.

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Dada a realidade na qual vivia, tinha a falsa impressão de que pessoas com menos poder aquisitivo de uma forma geral eram menos educadas. Lembro-me que logo quando casei, fui morar num apartamento de 70 metros quadrados em um bairro simples e, em minha primeira reunião de condomínio, tive um grande choque. Pessoas discutindo por coisas simples de forma bastante hostil. Lembro que falei para a minha esposa: precisamos mudar de patamar, pois nunca mais quero presenciar cenas desse gênero.

E assim foi. Saí do primeiro apartamento e fui para uma casa de condomínio. Pessoas com mais poderes aquisitivos, mas mantendo os mesmos comportamentos. Alguns anos depois, novamente me mudei, desta vez para um apartamento numa região melhor. Mesmo cenário. Logo pensei: ainda estou no lugar errado. Preciso atingir o que a sociedade considera como o topo da pirâmide. Até que aos 42 anos, consegui atingir o tal topo.

Para a minha surpresa, só mudou o tamanho do “cheque” e da arrogância. Claro que não dá para generalizar. Tenho plena ciência de que temos pessoas bem-educadas e respeitosas em todas as classes sociais. Mas de verdade, imaginava que “lá em cima” a coisa seria diferente, e para a minha perplexidade, não é.

Dado o contexto inicial do SWOT (ameaça), fiquei me questionando por que as pessoas agem assim? O que está faltando para que a nossa sociedade saiba explorar o que temos de melhor em nós mesmos e naquilo que o mundo pode nos proporcionar?

A grande verdade é que todos nós, incluindo todas as classes sociais, estamos sempre em busca de algo a mais. Usando a pirâmide de Maslow como referência, a classe mais baixa da nossa sociedade está correndo atrás das necessidades fisiológicas, como ter o que comer e beber. Já a classe média, está em busca daquilo que dá segurança, ou seja, de garantir um emprego, uma boa saúde, uma propriedade para morar.

E a classe alta? Metas maiores? casas maiores? Viagens melhores? Seriam ainda as mesmas necessidades básicas da pirâmide de Maslow, só que numa escala maior?

O topo da pirâmide de Maslow cita a realização pessoal. Mas esta realização não se refere à matéria, e sim à pessoa! Refere-se à moralidade, à criatividade, à ausência de preconceitos, à aceitação dos fatos.

Será que estamos buscando almas melhores? Quanto nós, como sociedade, temos buscado evoluir a nossa espiritualidade? Não me refiro a religião, apenas nós com o divino, como um link dedicado. O quanto do nosso tempo, temos praticado um exercício mental para conversarmos mais com este Ser Superior (o seu DEUS)?

Deixando claro o meu ponto de vista: Para buscar evoluir a nossa espiritualidade, não significa que precisamos abrir mão de nossas ambições pessoais. Podemos e devemos buscar nossa evolução em todos os aspectos: pessoais, profissionais e espirituais. É um e outro.

Acham que faz sentido? Longe de mim querer responder algo tão complexo, afinal, também faço parte desta evolução. Por favor, comentem, pois acredito que com a sua contribuição, podemos chegar a uma conclusão muito mais abrangente.

O meu pedido ao universo para 2025 é que possamos evoluir, cada vez mais, como seres humanos, praticarmos mais o amor e deixarmos um mundo melhor para as próximas gerações.

Lembrem-se: o discurso ajuda a refletir, mas o NOSSO exemplo arrasta!

Feliz 2025!!!

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