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ROE: o que é, como funciona e como calcular?

Entender o que é ROE e como ele funciona é importante para o investidor que quer alocar capital em renda variável

O que é ROE? (Getty/Getty Images)

O que é ROE? (Getty/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2022 às 11h00.

Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 10h48.

ROE é o nome dado a um indicador financeiro muito importante para as empresas, pois mostra o retorno que ela tem sobre seus recursos.

Portanto, entender o que é ROE e como ele funciona é importante para o investidor que quer alocar capital em renda variável.

O que é ROE?

ROE (sigla para Return on Equity) é um indicador financeiro capaz de medir a capacidade de uma empresa de gerar valor através dos recursos que ela possui inicialmente. Ou seja: mostra quanto é gerado de lucro em relação ao capital investido.

Vê-se, portanto, a importância de entender o que é ROE e como saber analisá-lo para ver a saúde financeira de um negócio.

Independente do tipo de negócio, o cálculo do ROE é feito da mesma forma: soma-se o lucro líquido acumulado dos últimos 12 meses e divide-se pelo patrimônio líquido da empresa.

Também vale notar que a importância do patrimônio líquido nesse cálculo é o motivo pelo qual sua tradução para o português é Retorno sobre o Patrimônio Líquido.

Essa é uma importante métrica financeira de uma empresa, e cotistas de fundos de ações devem ficar atentos ao ROE das empresas que fazem parte do portfólio do fundo.

Como funciona o ROE?

Em primeiro lugar, é preciso saber que o patrimônio líquido de uma empresa refere-se ao valor que os acionistas têm na empresa. Esse é um aspecto fundamental para entender como funciona o ROE.

Assim, o patrimônio líquido consiste na diferença entre ativo e passivo de um negócio. É possível avaliar essa métrica financeira no balanço patrimonial, um importante indicador financeiro da empresa. 

Por outro lado, o lucro líquido é o somatório de todos os rendimentos da companhia, excluindo todos os custos (sejam taxas, impostos, custos fixos e outros).

Assim, é possível comparar empresas de um mesmo setor e verificar qual consegue ser mais produtiva com um mesmo valor de capital. Isso serve para avaliar os melhores ativos para se investir.

É possível analisar essa e outras métricas para saber mais sobre as companhias e decidir em qual ação investir dentre uma série de investimentos possíveis.

Por fim, fica claro que o ROE é muito usado para avaliar a eficiência ao gerir uma empresa, pois é possível verificar se seu dinheiro está sendo bem aplicado nas operações.

Como calcular o ROE?

Para calcular o ROE, não é preciso ter conhecimentos muito avançados de contabilidade e estatística. Basta utilizar duas variáveis e realizar sua divisão.

Portanto, a fórmula do ROE é a descrita abaixo:

ROE  = (Lucro Líquido dos últimos 12 meses / Patrimônio Líquido) x 100

Além de considerar o lucro líquido dos 12 meses, é preciso considerar o valor que os acionistas da companhia possuem em ações dessa empresa. Faz-se a multiplicação por 100 para representar o resultado em medidas percentuais.

Essa é uma métrica muito interessante para saber se um ativo está realmente rendendo ou se está consumindo caixa para continuar suas operações.

Por exemplo: uma loja de calçados consegue ter um lucro líquido de R$ 15 mil por mês. O seu patrimônio líquido é de R$ 75 mil. Portanto, o resultado do ROE é de 20% (15.000/75.000 = 20%).

Qual é a função do ROE?

A função do ROE é ajudar na tomada de decisões na hora de investir em um negócio. Isso vale tanto para o investidor institucional quanto para o individual.

Por exemplo: se um fundo de investimentos quer aplicar capital em uma empresa com grande potencial de rentabilidade, é possível analisar o ROE da empresa e ver se ela traz lucros. 

Por outro lado, o investidor pessoa física pode buscar, entre as empresas que está avaliando, uma que traga um ROE elevado e que apresente outros bons indicadores.

Por isso, entender mais sobre essa métrica de análise fundamentalista é muito importante para tomar decisões mais apropriadas na hora de investir.

Isso porque, quanto maior o ROE, mais proficiência os gestores de uma empresa possuem na hora de realizar atividades lucrativas. Portanto, analisar o ROE das empresas é fundamental.

Como analisar o ROE de uma empresa?

Em primeiro lugar, é preciso observar o balanço patrimonial da empresa para coletar o dado de patrimônio líquido. Além disso, é importante observar também a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) para coletar o dado de lucro líquido.

Assim, é possível calcular o ROE. Uma vez que tenha sido feito o cálculo, é possível comparar o ROE com o de outras empresas e ver qual é a mais eficiente.

Entretanto, é preciso evitar distorções na análise: a empresa pode ter apresentado um lucro não recorrente, o que vai distorcer o resultado final da análise.

Da mesma forma, um período econômico de crise pode diminuir o ROE. Nesse caso, a culpa não é da gestão da empresa, e pode ser que a companhia volte a performar em no futuro. 

Por isso, é muito importante considerar todos esses fatores na hora de avaliar uma empresa. Isso é especialmente verdade para empresas listadas no Ibovespa, uma vez que elas são impactadas profundamente por fatores macroeconômicos.

Por fim, vale notar que a empresa pode ter ROE positivo ou ROE negativo. O negativo acontece quando a empresa está consumindo caixa – ou seja, ela não está sendo eficiente em suas operações.

Você ainda tem questionamentos sobre a análise do ROE nos investimentos? Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como:

O que é taxa Selic?
O que é IPCA acumulado?
O que é IOF?

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

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