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Teto e estímulo em xeque, 2ª onda, IPCA e o que mais move o mercado

Estímulo de 908 bilhões de dólares sofre resistência de líder republicano; IPCA acumulado deve superar centro da meta de inflação

Nova York: passageiros usando máscaras faciais durante a propagação do coronavírus (Andrew Kelly/Reuters)

Nova York: passageiros usando máscaras faciais durante a propagação do coronavírus (Andrew Kelly/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 07h00.

Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 07h36.

As bolsas da Europa e os índices futuros americanos recuam na manhã desta terça-feira, 8, com novos empecilhos na negociação do pacote de estímulo bipartidário dos Estados Unidos. O aumento do número de casos e mortes por coronavírus, que voltou aos holofotes do mercado, também pressiona negativamente.

Ainda que um acordo para o pacote de 908 bilhões de dólares já tivesse recebido o apoio de parlamentares republicanos, a principal peça do partido, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, tem travado o avanço das negociações.

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Contrário a um pacote mais amplo desde as negociações anteriores à eleição, McConnell voltou a sugerir estímulos direcionados, destinado à extensão do auxílio desemprego e ajuda a pequenas empresas. “Abandone a tática de tudo ou nada”, disse McConnell sobre os democratas. Segundo a Bloomberg, o risco de não haver um pacote de estímulo até o fim do ano aumentou.

Enquanto isso, a economia americana segue sangrando, conforme novas medidas de isolamento são adotadas para conter a proliferação do vírus, com o número de casos e mortes pela doença voltando ao pico. Na média de sete dias, o país registrou 2.249 mortes pela doença, superando o recorde de abril de média de mortes de 2.232, de acordo com o New York Times. Já o número de casos segue próximo de 200.000, representando uma alta de 15% em relação ao de duas semanas atrás.

Temor fiscal

Além dos casos de coronavírus e falta de estímulos, o temor fiscal também voltou a dar as caras, com a discussão sobre a possibilidade de o teto de gastos ser flexibilizado em 2021. Na segunda-feira, 7, circularam uma PEC que tira do cálculo do teto de gastos despesas programas sociais e projetos do Ministério do Desenvolvimento Regional e Infraestrutura. No último pregão, os novos ruídos de Brasília levaram a bolsa a virar para queda. Segundo o UOL, a proposta não tem a anuência do ministro Paulo Guedes.

IPCA

Na agenda econômica, as atenções se voltam para o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro. A expectativa do mercado é de que o principal indicador de inflação do país registre um aumento de 0,78% na comparação mensal.

Se confirmada, a inflação passará a ser de 4,2% no acumulado de 12 meses, ficando acima do centro da meta de inflação de 4%. Por outro lado, os dados apresentados pelo IBGE têm superado sucessivamente as estimativas do mercado. Ou seja, o quadro pode ser ainda mais preocupante do que o projetado.

Com a inflação voltando a crescer, investidores têm reajustado as expectativas para o IPCA para 2020. No último boletim Focus, a estimativa mediana foi revisada de 3,65% para 4,25%. Investidores já esperam por uma elevação de juros ainda no primeiro semestre de 2021 para tentar controlar a inflação.

Na quarta-feira, 9, membros do Comitê de Política Monetária decidirão qual será a taxa Selic empregada até a próxima reunião. A ampla expectativa é de manutenção de juros de 2% ao ano, mas as atenções para o comunicado devem ser grandes.

Rede D'Or

Nesta terça será precificada a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Rede D'Or, que pode superar 11 bilhões de reais e ser - de longe - a maior do ano. Sendo um dos IPOs mais aguardados de 2020, sua faixa indicativa ficou entre 48.91 reais e 64,35 reais. As ações da companhia estreiam na B3 nesta quarta-feira, 9, com o código RDOR3.

Retrospectiva

No último pregão, o Ibovespa caiu 0,14% para 113.587,77 pontos, depois de ter começado o dia em alta. No câmbio, o dólar caiu 0,2% e encerrou o dia sendo vendido a 5,1235 reais.

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