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Standard & Poor's rebaixa Vale após compra da Inco

Dívida gerada pela aquisição da mineradora canadense faz agência de risco reduzir a nota da companhia brasileira

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 16h56.

A compra da Inco pela Companhia Vale do Rio Doce foi recebida com cautela pela agência de classificação de risco Standard & Poor';s (S&P). Nesta terça-feira (24/10), a S&P rebaixou a nota da mineradora brasileira de BBB+ para BBB. Apesar do rebaixamento, a companhia ainda se mantém na faixa de grau de investimento da agência. Segundo relatório da S&P, o que motivou a revisão foi a pesada dívida que a Vale precisará contrair para pagar os acionistas da Inco que aderiram à oferta pública lançada oficialmente em 14 de agosto.

Hoje, a mineradora brasileira anunciou que adquiriu 75,66% do capital da canadense, equivalente a 174,623 milhões de ações ordinárias (aquelas com direito a voto). A Vale ainda não informou quanto pagará pelo total da operação, mas analistas calculam que a aquisição custará 13,2 bilhões de dólares. No prospecto da operação, a Vale condicionou a conclusão do negócio à adesão de acionistas que representassem, pelo menos, 66% do capital da Inco. O pagamento dos acionistas está marcado para 26 de outubro e será em dinheiro.

Para viabilizar a operação, a Vale conta com o apoio de um consórcio de 34 bancos, que se dispuseram a liberar até 33 bilhões de dólares à companhia, por meio de um empréstimo-ponte de dois anos. A Vale garante que só sacará o necessário para cobrir a transação. A empresa também já estuda como vai rolar a dívida após o vencimento do empréstimo-ponte, mas ainda não há nada definido.

Como a intenção da Vale é adquirir o controle total da empresa, a diretoria decidiu prorrogar a oferta até o dia 3 de novembro. Se houver a adesão de 100% dos acionistas, o valor total do negócio chegará a 18 bilhões de dólares.

A agência considera que o perfil dos negócios da Vale é sólido, mas adverte que a entrada no mercado de níquel traz implicações positivas, e outras negativas. Entre os ganhos, a brasileira vai diversificar a sua atuação geográfica e seu portfólio de produtos. Entre os riscos, está o fato de a volatilidade dos resultados do mercado de níquel serem mais instáveis que os do minério de ferro.

Geração de caixa

Para a S&P, as boas perspectivas do mercado de minério de ferro, nos próximos anos, devem contribuir para que a geração de caixa da Vale permaneça forte, mesmo após a incorporação das dívidas decorrentes da compra da Inco. A geração interna de caixa, nos últimos 12 meses encerrados em junho, correspondeu a 96% do endividamento da empresa. Isso significa que a geração de caixa da mineradora cobriu praticamente todas os débitos. A dívida gerada pela compra da Inco reduzirá esse percentual para 40% nos próximos dois anos.

A relação da dívida total sobre o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também deverá mostrar uma deterioração. Atualmente em 0,9, a relação dívida/ebitda deve subir para quase 2. Para a agência de risco, a tendência é que esses indicadores recuem para patamares próximos aos atuais à medida que parcelas do financiamento da Vale sejam pagas.

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