Carteiras recomendadas: Fundos multimercado e ações estão entre principais indicações para turbinar ganhos (Alubalish/Getty Images)
Juliana Elias
Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 05h01.
Última atualização em 22 de janeiro de 2020 às 06h01.
São Paulo - O fato de que a renda fixa rende cada vez menos não é novidade. Com a perspectiva de que os juros básicos do país continuem baixos neste e em anos à frente, as recomendações de investimentos nesses tipos de ativo ficam cada vez menores, enquanto crescem as indicações para opções mais arriscados, como bolsa de valores ou fundos multimercados.
A questão é: qual é a medida ideal de uma coisa e de outra? A distribuição final irá variar muito de acordo com os objetivos de cada investidor, seu grau de familiaridade com o mercado financeiro e seu nível de tolerância ao risco.
EXAME conversou com cinco casas de análises para chegar à carteira ideal recomendada para 2020 para cada um dos três principais perfis de risco (conservador, moderado e arrojado), tendo em vista as expectativas para os juros e a economia do país.
A matéria completa, disponível para assinantes, faz parte do guia Onde Investir 2020, publicado na edição desta quinzena da revista EXAME, e pode ser vista aqui.
A reportagem consultou as gestoras de patrimônio Azimut Brazil Wealth Management, Claritas e Taler e as corretoras Genial e Planner para saber como investir em 2020, e chegou à média das recomendações delas para cada perfil.
Veja a seguir um resumo de como distribuir a carteira neste ano e, na sequência, o que considerar em cada categoria:
Para a parte dos investimentos que compõem a reserva de emergência, e que precisa de facilidade no saque, as principais indicações são o Tesouro Selic, a opção pós-fixada do Tesouro Direto, ou fundos de investimento DI com liquidez diária.
Para a parte de proteção do capital, visando o médio e o longo prazo, são indicadoss títulos públicos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) e títulos privados como CDB, LCA e LCI, além de fundos de renda fixa.
O crédito privado (como debêntures, CRIs, CRAs e FIDCs) é uma alternativa que costuma render um pouco mais e que pode ajudar a turbirnar os ganhos, sem perder a previsbilidade da renda fixa. Como entretanto, são títulos sem garantias em caso de calote, são mais arriscados, e a indicação é não colocar tudo neles. Além disso, os analistas recomendam também comprar debêntures de mais de uma empresa ou fazer o investimento por meio de fundos de crédito privado, o que ajuda a suavizar os riscos.
As apostas para a bolsa de valores são ainda muito positivas, movidas pelos juros baixos e pela recuperação gradual da economia e dos negócios das empresas, e a expectativa é de mais um ano de alta para as açoes em 2020.
Por essa razão, o entendimento é que todos devem ter alguma exposição à bolsa de valores neste ano, mesmo que pequena (como no caso dos investidores conservadores e avessos ao risco).
Para os iniciantes, muitos gestores e anailstas indicam entrar na bolsa de valores por meio de fundos de ações, em lugar de comprar ações diretamente, dado que, nos fundos, as decisões de compra e venda de papéis são feitas por profissionais especializados, embora cobrem taxas de administração e performance por isso.
São fundos que podem investir em uma gama grande de opções, o que vai da renda fixa até ações, câmbio e commodities, no Brasil e no exterior.
Isso faz com que não estejam vinculados apenas a uma parte de mercado - como os juros ou a bolsa de valores - e permite que tenham ganhos em diferentes tipos de cenários, independentemente de qual seja o rumo da economia.
Por conta dessa versatilidade, são uma das principais apostas dos especialistas para turbinar os ganhos da carteira em um ano em que a volatilidade dos mercados, tanto doméstico quanto internacionais, ainda promete ser alta.
Uma opção que ganha espaço como recomendação para tentar aumentar os ganhos são os fundos imobiliários, que investem em imóveis ou títulos ligados ao setor e que podem pagar aluguéis mensais aos cotistas. Com os juros baixos e número positivos que já apareceram em 2019, a expectativa é que o setor reengate o crescimento a partir deste ano.
Também recomendado em parcelas pequenas, inferiores a 1% da carteira, e apenas para os investidores de perfil moderado e arrojado, são os fundos cambiais, que investem em dólar e outras moedas. Eles servem como uma espécie de proteção da carteira, já que o dólar costuma subir quando a economia e a bolsa brasileira vão mal, e vice-versa, e o investidor tem um pedaço da carteira para tentar compensar o outro.
O problema é que é câmbio é um dos indicadores mais voláteis e imprevisíveis, e, por isso, investir nele exige bastante sangue frio.