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Poupança tem melhor resultado para agosto em quatro anos

O Banco Central informou hoje (6) que a captação líquida (depósitos menos retiradas) somou R$ 2,14 bilhões

Poupança: com a recessão, investidores passaram a retirar dinheiro para cobrirem dívidas (Getty Images/Getty Images)

Poupança: com a recessão, investidores passaram a retirar dinheiro para cobrirem dívidas (Getty Images/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 16h24.

Pelo quarto mês seguido, os brasileiros depositaram mais do que sacaram na poupança. Em agosto, a captação líquida (depósitos menos retiradas) somou R$ 2,14 bilhões, informou hoje (6) o Banco Central.

O valor é menor que a captação líquida registrada em julho (R$ 2,34 bilhões), mas foi o melhor resultado para meses de agosto desde 2013, quando os depósitos tinham superado as retiradas em R$ 4,65 bilhões.

Apesar do desempenho positivo nos quatro últimos meses, as retiradas continuam maiores que os depósitos em 2017. Nos oito primeiros meses do ano, a caderneta de poupança registrou saques líquidos de R$ 7,81 bilhões.

Mesmo assim, esse foi o melhor resultado para o período de janeiro a agosto desde 2014, quando a aplicação tinha registrado captações líquidas de R$ 14,16 bilhões.

Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões.

Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrirem dívidas, num cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,5 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões.

Rendimento

A poupança voltou a atrair recursos mesmo com a queda de juros. Isso porque o investimento voltou a garantir rendimentos acima da inflação, que está em queda. Nos 12 meses terminados em agosto, a poupança rendeu 6,90%.

Já a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada hoje (6), soma 2,46% no mesmo período, no menor nível no acumulado de 12 meses desde fevereiro de 1999.

Apesar da queda dos juros, a poupança continua atrativa. Hoje, o Banco Central deve reduzir a taxa Selic (juros básicos da economia) para 8,25% ao ano, mudando as regras da caderneta, que passará a render menos.

Mesmo assim, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o dinheiro investido na poupança continuará rendendo mais que a maioria dos fundos de investimentos.

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