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Poupança se torna mais atrativa que fundo DI

Com queda de juros, fundos com taxa de 1% ao ano praticamente empatam com a caderneta no curto prazo

Para prazos mais longos, investidor deve se voltar para Tesouro Direto e ações. (Divulgação/Banco Central)

Para prazos mais longos, investidor deve se voltar para Tesouro Direto e ações. (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 11h32.

São Paulo – O novo corte na taxa básica de juros na última quarta-feira tornou a vida realmente difícil para os fundos DI e incrementou a atratividade da poupança e de outras aplicações de renda fixa baratas. Com os juros a 9,75% ao ano, fundos DI com taxas de administração de mais de 1% ao ano se tornaram praticamente inviáveis para prazos de até um ano, e se tornarão definitivamente mais desvantajosos que a poupança caso a Selic atinja o patamar esperado de 9,5% ao ano até o fim de 2012.

Hoje, um fundo DI com taxa de administração de exato 1% ao ano e prazo de até 12 meses está praticamente empatado em rentabilidade com a poupança, devido à incidência de IR. A menos que o investidor consiga taxa de administração menor do que esta – o que é difícil de encontrar por quem não tem muito dinheiro para investir – mais vale ficar na poupança para os objetivos de curto prazo, devido à praticidade da aplicação.

“Tornar a poupança mais competitiva foi um dos objetivos do Banco Central, uma vez que o governo tem interesse em irrigar as operações de financiamento imobiliário. Os preços dos imóveis subiram bastante, e o setor imobiliário é muito importante para a economia como um todo”, observa Ricardo Torres, professor de finanças da Brazilian Business School. Com a crise econômica internacional, o governo procura estimular o crescimento da economia brasileira.

Veja a taxa de administração máxima para que o fundo DI seja mais vantajoso que a poupança, de acordo com o prazo de aplicação e a taxa de juros*:

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Prazos Selic de 11% Selic de 10,5% Selic de 10% Selic de 9,5%
3 meses 1,65% 1,20% 0,75% 0,29%
6 meses 1,93% 1,49% 1,04% 0,58%
12 meses 2,20% 1,76% 1,31% 0,86%
18 meses 2,22% 1,78% 1,34% 0,89%
24 meses 2,44% 2,01% 1,57% 1,13%

*Tabela elaborada pelo professor da FIA e especialista em fundos Bolívar Godinho.

Para quem busca rentabilidade no CDI no curto prazo, as melhores opções no momento são as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), negociadas via Tesouro Direto, e os CDBs que pagam 100% ou mais do CDI, o que pode ser obtido em bancos pequenos e médios, que oferecem tal rentabilidade mesmo no curto prazo e com liquidez diária.

No caso do Tesouro Direto, o cuidado deve ser optar por corretoras que não cobrem taxa de administração, limitando o custo ao 0,3% ao ano de custódia e ao 0,1% por negociação. É o caso de instituições como Banif, Spinelli e Título. Repare que, pela tabela anterior, mesmo o investimento em LFTs por instituições que cobrem taxa de administração se tornará inviável caso a Selic chegue a 9,5%.

Já os CDBs contam com a vantagem de serem isentos de taxas. O cuidado que se tem que ter ao aplicar em um produto de um banco pequeno ou médio é que o investimento não ultrapasse os 70.000 reais, valor máximo garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Até este valor, o produto tem a mesma segurança da caderneta de poupança e dos títulos públicos.

Para o curto prazo, o professor Ricardo Torres não recomenda a Bolsa de Valores. “O mês de março geralmente é um mês de quedas, por conta do término do ano fiscal nos países asiáticos. A partir de abril, maio, a Bolsa tende a se tornar atraente com essa taxa de juros mais baixa”, explica.

Para o longo prazo, porém, a Bolsa tende a se tornar a melhor opção para quem busca rentabilidade acima do CDI. CDBs e títulos públicos de prazos mais longos (LTNs, NTN-Fs e NTN-Bs) também aparecem como boas opções.

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