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Os melhores e piores investimentos de novembro

Com incertezas sobre a política econômica que será adotada pelo governo reeleito, títulos públicos continuam a liderar em rentabilidade. Bolsa ficou na lanterna


	Sobe e desce: Em um cenário ainda nublado na economia, títulos públicos lideram ranking. Bolsa só não perde para fundos de ações small caps
 (Getty Images/Getty Images)

Sobe e desce: Em um cenário ainda nublado na economia, títulos públicos lideram ranking. Bolsa só não perde para fundos de ações small caps (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 09h35.

São Paulo – Os títulos públicos continuaram a liderar o ranking de investimentos no mês de novembro, e ocuparam as quatro primeiras posições da lista, beneficiados pelo aumento de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic), para 11,25%, no final de outubro.

As Notas do Tesouro Nacional (NTNs) registraram as maiores rentabilidades no mês. A NTN-B Principal com vencimento em 2035, que teve alta de 8,07% no mês, seguida pela NTN-B com vencimento em 2050, que rendeu 6,89% no período, lideraram a lista. 

Clodoir Vieira, diretor da consultoria Compliance, afirma que a rentabilidade dos títulos deve continuar crescendo. Isso porque a nova equipe econômica, anunciada nessa quinta-feira (27) indicou que deve continuar controlando a inflação com rigor.

Para atingir o objetivo, o ritmo de aumento dos juros será acelerado, o que valoriza essas aplicações financeiras. "Essa medida deve beneficiar principalmente títulos com prazos de vencimento mais curtos", diz Vieira. 

Mas a tendência é que os títulos com juros mais longos caiam e percam rentabilidade. O novo ministro da Fazenda Joaquim Levy sinalizou que será possível cortar os juros de forma gradual após um período de ajustes. 

Veja na tabela a seguir o ranking do desempenho de algumas das principais aplicações financeiras em novembro e no acumulado do ano:

Aplicação Desempenho em novembro Desempenho no ano
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* 8,07% 28,76%
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* 6,89% 22,71%
NTN-B (vencimento em 15/05/2035)* 4,33% 20,48%
NTN-F (vencimento em 01/01/2025)* 4,20% ----
Ouro 3,21% 6,96%
Dólar 2,55% 7,00%
Fundos Multimercado Macro* 1,83% 7,09%
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 1,80% 1,43%
Fundos de ações livre* 1,74% 3,93%
LTN (vencimento em 01/01/2018)* 1,64% ----
Fundos de ações dividendos* 1,50% 5,49%
Fundos Multimercado Multiestratégia* 1,48% 9,14%
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* 0,97% 11,52%
LFT (vencimento em 07/03/2015)* 0,97% 9,82%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) 0,97% -0,94%
LTN (vencimento em 01/01/2015)* 0,91% 9,66%
LFT (vencimento em 07/03/2017)* 0,90% 9,70%
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,88% 10,70%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,88% 10,75%
IGP-M (estimativa do Banco Central)** 0,85% 2,90%
Selic* 0,84% 9,84%
Fundos de Renda Fixa* 0,84% 10,45%
CDI* 0,79% 9,71%
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,75% 9,42%
Fundos referenciados DI* 0,72% 9,79%
IPCA (estimativa do Banco Central)** 0,57% 5,65%
Poupança antiga* 0,55% 5,85%
Poupança nova* 0,55% 5,85%
Ibovespa 0,07% 6,13%
Fundos de ações Small Caps* -1,18% -5,85%

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de novembro e para o acumulado em 2014 até novembro, segundo o Banco Central.

À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 28 de novembro.

As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 26. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI, ouro e dólar foram fechados no dia 27. Já as rentabilidades do Ibovespa, IFIX e títulos públicos se referem ao fechamento do dia 28. 

Renda fixa

Dentre os investimentos de renda fixa, que têm sua forma de remuneração definida no momento da aplicação, as NTN-Bs, títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto que pagam uma taxa de juro pré-fixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA, se destacaram no mês.

A reeleição da presidente Dilma Rousseff , a incerteza sobre a economia e os nomes da nova equipe econômica mantiveram a atratividade dos títulos ao longo do mês. 

Os títulos públicos não geram prejuízos, tampouco ganhos acentuados, se não forem vendidos antes do vencimento. Quando carregados até o final do prazo eles pagam o valor exato negociado no momento da aplicação.

A poupança foi o investimento de renda fixa menos rentável no mês. Apesar de isenta de imposto de renda, a remuneração da poupança é desvantajosa porque, enquanto títulos de renda fixa acompanham a alta da taxa básica de juros (Selic), a caderneta continua rendendo 0,5% mais a TR desde o momento em que a Selic passou dos 8,5% ao ano.

Renda variável

Novembro foi um mês de recuperação dos investimentos em renda variável. O ouro e o dólar foram as aplicações mais rentáveis no mês, e registraram alta de 3,21% e 2,55%. 

O dólar continua se valorizando por conta da expectativa de alta dos juros nos Estados Unidos. "Dependendo do que o Federal Reserve (banco central americano) sinalizar na próxima reunião, em dezembro, essa tendência pode mudar", diz Perfeito. 

O desempenho da Bolsa, medido pelo Ibovespa, ficou praticamente estável e perdeu apenas para os fundos de ações de small caps, que registraram queda de 1,18% em novembro. 

Mas Perfeito aponta que o mercado acionário deve se valorizar em dezembro. "Em novembro a Petrobras pressionou o índice para baixo por conta da alta do petróleo. Mas já houve sinalização da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de que os preços devem diminuir".

Mas o índice se manteve estável por conta da valorização das ações de bancos, que apresentaram bons resultados financeiros no último trimestre, na visão dos analistas. 

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