Minhas Finanças

O Tesouro Direto é uma boa alternativa à poupança?

Internauta tem dúvidas sobre a forma de migração dos recursos da caderneta para o investimento direto em títulos públicos

Tesouro Direto: uma alternativa mais rentável à poupança, mas que não serve para todos os investidores (Reprodução)

Tesouro Direto: uma alternativa mais rentável à poupança, mas que não serve para todos os investidores (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2012 às 14h00.

Pergunta do internauta: Tenho 10.000 reais na caderneta de poupança e gostaria de investir uma quantia em renda fixa, via Tesouro Direto. Qual parcela deve ser destinada aos títulos públicos? Qual é o melhor título para ser escolhido? Como faço para escolher bem minha corretora de valores? (Jorge Mesquita, Ceará)

Resposta de Beto Veiga*:

Olá, Jorge,

A princípio, você já está investindo em renda fixa porque a poupança é uma das modalidades disponíveis.

Mas eu imagino que sua pergunta foi o quanto você deveria direcionar ao Tesouro Direto. Acredito que essa ferramenta de compra direta de títulos públicos é uma boa opção, mas tem uma questão de liquidez a ser considerada. Embora você possa aplicar todos os dias, só pode resgatar o dinheiro uma vez por semana.

Assim, o meu conselho é deixar o suficiente para uma semana de consumo na poupança para o caso de emergência.

Há ainda outra possibilidade para a sua pergunta com relação ao quanto deixar na renda fixa: se você quer investir em renda variável alguma coisa.

Aí a coisa complica um pouco, porque é necessário conhecer o seu perfil de risco. Aliás, mesmo assim, não há garantia de que aumentar ou diminuir o percentual de renda fixa irá trazer mais ou menos retorno.

Eu conheço pouquíssima gente que tem tolerância a perdas no mercado de ações. Por isso, se quiser testar a sua, faça um pequeno investimento em fundo de ações mais conservador (tipo um fundo de dividendos), observando baixas taxas de administração.

Sobre sua segunda pergunta, recorro à diversificação. Eu colocaria parte em uma LFT e a outra em uma NTN-B principal. Quem vai definir o percentual, mais uma vez, é a sua tolerância ao risco. Quanto mais LFT, menor o risco.

As corretoras, para investidores em Tesouro Direto, devem ser as que têm o menor custo e a melhor estrutura tecnológica e de atendimento. Não vou citar nomes, mas a lista você pode consultar na página do Tesouro Direto (www.tesourodireto.gov.br), na seção que trata do “ranking dos agentes de custódia”.

A escolha da corretora, tal qual o banco, independe do fato de você estar no Ceará, porque será utilizado o sistema “home broker”, em que as operações são realizadas pela internet.

*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central, consultor de valores mobiliários registrado na CVM e autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” e “Tudo sobre CDB”.

Envie suas dúvidas financeiras para seudinheiro_exame@abril.com.br 

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