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Novo corte da Selic aproxima Brasil de ter juro negativo em 2020

Com a pandemia de coronovírus, o Banco Central deve cortar mais uma vez a taxa Selic nesta quarta-feira

Juro negativo: quando a inflação é superior ao juro nominal (alexsl/Getty Images)

Juro negativo: quando a inflação é superior ao juro nominal (alexsl/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 18 de março de 2020 às 06h35.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 07h54.

Os dois cortes de juros anunciados pelo Federal Reserve (FED), banco central americano, nas últimas semanas, fizeram com que aumentasse a expectativa de que o Banco Central brasileiro irá cortar a taxa Selic mais uma vez nesta quarta-feira (18).

No final de final de fevereiro, o BC tinha sinalizado ao mercado que seria o fim do ciclo de corte de juros, mas o cenário mudou completamente diante da pandemia de coronavírus em todo mundo.

“As circunstâncias são adversas. O BC está agindo para tentar atenuar o impacto da crise. O que veremos pela frente é uma contração de investimentos”, explica João Maurício Rosal, economista-chefe da corretora Guide Investimentos.

Diante da pandemia de coronavírus, gestores e analistas apostam que o Copom deve anunciar um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, ficando em 3,75% ao ano.

Se o corte na taxa de juros for maior do que o previsto (entre 0,75 ponto percentual ou 1 ponto percentual), o Brasil pode ter, pela primeira vez na história, juro real negativo. Isso significa que a inflação- medida pelo IPCA- irá superar o juro nominal ou o valor real dos juros serão menores do que a inflação.

Numericamente, quem deixar o dinheiro em algumas aplicações da renda fixa, como Tesouro Direto e CDB, continuará vendo um aumento gradativo do valor aplicado, mas não se engane. O dinheiro ficará menor porque haverá uma redução do poder de compra do investidor por causa da inflação. “É a renda fixa virando uma perda fixa”, brinca Rafael Panonko, chefe de análises da Toro Investimentos.

Onde investir

Desde que a Selic caiu gradativamente de 14,5% ao ano para 4,25% ao ano, a renda fixa tem deixado de ser atrativa. Com juros negativos e rentabilidade perdendo para a inflação, a situação se agravou.

Quem ainda estava na renda fixa terá que buscar alternativas e ir para a renda variável. O investidor terá que correr mais riscos, mas não necessariamente ir para a Bolsa. É fundamental que ele respeite o seu perfil de investimentos e faça a distribuição da sua carteira de uma maneira que se sinta seguro e confortável. Quem tem o perfil conservador, por exemplo, estaria em pânico com a perda de 35% do Ibovespa somente este ano.

A orientação dada por analistas ouvidos por EXAME é que a pessoa faça a migração para a renda variável aos poucos. O primeiro passo seria investir em fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Esse produto é vendido na bolsa de valores e o valor da cota tem marcação a mercado. Além disso, os FIIs fazem também pagamentos mensais, referentes aos aluguéis dos imóveis investidos.

Outra alternativa seria investir em ETFs (Exchange Traded Fund), que fundos que replicam o desempenho de índices e são negociados em bolsa de valores, como se fossem papéis de uma empresa. Os ETFs têm taxas de administração baixas e ainda a possibilidade do investidor alugar as ações, o que pode adicionar um ganho extra à oscilação dos papéis.

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