Justiça aceita pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia
O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a expectativa é que a homologação do plano aconteça em 37 dias, somando 7 dias de prazo inicial mais 30 dias previstos em lei
Agência de notícias
Publicado em 29 de abril de 2024 às 19h26.
Última atualização em 29 de abril de 2024 às 19h55.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deferiu o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia , envolvendo renegociação de dívidas de R$ 4,1 bilhões. O pedido foi protocolado na noite de domingo e já estava pré-acordado com os principais credores, Bradesco e Banco do Brasil, que detém 54,5% dos débitos. Portanto, deve ser aplicado também aos demais credores pulverizados, dentre eles, pessoas físicas.
O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a expectativa é que a homologação do plano aconteça em 37 dias, somando sete dias de prazo inicial mais 30 dias previstos em lei. Embora esse prazo possa ser renovado por mais 60 dias, a empresa acredita que bastarão os 30 dias, já que o plano foi desenhado junto com os credores. Para aprovação do plano de recuperação extrajudicial é necessário concordância de 50% mais um.
Renegociação da dívida
O montante renegociado, que envolve a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures, tinha custo médio de CDI +2,7% e prazo de 22 meses. Agora, o custo está em CDI + 1,2%, em um prazo de 72 meses. Nos cálculos da empresa, o novo perfil da dívida preserva R$ 4,3 bilhões de caixa até 2027, sendo R$ 1,5 bilhão somente em 2024. Como contrapartida, os principais bancos credores ganham o direito de converter 63% dos valores que lhe são devidos em ações da varejista.
O acordo inclui uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para pagamento de principal. Assim, antes da renegociação, a empresa desembolsaria, até 2027, R$ 4,8 bilhões. Agora, a empresa terá de arcar, no mesmo prazo, apenas com R$ 500 milhões. A Casas Bahia tem o escritório Pinheiro Neto como assessor jurídico e a Lazard como assessor financeiro