Em troca de um prêmio, os investidores da quarta emissão de debêntures da Gafisa aceitaram renegociar os termos do contrato acordado com a empresa (covenants) em setembro de 2006. A remuneração das debêntures, que na época da emissão foi fixada em 1,3% ao ano mais a variação do CDI (os juros que servem de referência para o mercado), subiu para 3,25% ao ano mais a variação do CDI.

Em contrapartida, a Gafisa ficou desobrigada de apresentar endividamento líquido inferior a 1 bilhão de reais. A construtora é atualmente uma das mais endividadas do setor, com sua dívida líquida equivalendo a 66% do patrimônio líquido.

A companhia unificou em uma só conta, denominada dívida de projetos, as dívidas referentes à produção com recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e aquelas que utilizam recursos do FGTS. A mudança serviu para determinar uma nova fórmula para cálculo do endividamento da empresa.

Agora, a dívida total da companhia, descontadas as disponibilidades e a dívida de projetos, deve equivaler a, no máximo, 75% do patrimônio líquido, somado à participação dos acionistas minoritários. Até então, somente os projetos relacionados ao SFH eram subtraídos da dívida total da empresa.

Se desejar, a Gafisa poderá resgatar antecipadamente as debêntures, pagando um prêmio de 2,5% aos investidores.

As mudanças, na avaliação dos analistas da Fator Corretora, Eduardo Silveira e Sami Karlik, não devem impactar o desempenho das ações da construtora porque já eram esperadas. Na Bovespa, os papéis da Gafisa (GFSA3) são negocidos nessa quarta-feira (22/7) em alta de 1,36%, a 21,54 reais.