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Eletroeletrônicos e mineração lideram altas da Bovespa neste ano

Saiba que empresas apresentaram os melhores desempenhos em 2007

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os setores ligados a commodities e ao mercado interno foram os que, na média, apresentaram a maior valorização na Bolsa de Valores de São Paulo neste ano e superaram o Ibovespa, o principal indicador do pregão paulista. No primeiro grupo, estão segmentos produtivos como mineração, siderurgia, petróleo e química. No segundo, encontram-se ramos como eletroeletrônicos e construção (veja tabela abaixo).

O sobe-e-desce setorial
Setor***Quantidade de ações Variação (%)*
Eletroeletrônicos13127,54
Mineração782,71
Máquinas industriais473,82
Siderurgia e metalurgia4266,54
Petróleo e gás1560,61
Construção1839,25
Química2336,9
Veículos e autopeças2336,7
Ibovespa 34,53
Outros7031,93
Finanças e seguros3626,54
Minerais não metálicos523,24
Alimentos e bebidas2521,62
Têxtil3419,97
Papel e celulose1119,95
Energia elétrica6013,16
Telecomunicações3511
Software e dados37,64
Comércio155,01
Transporte e serviços15-19,05
*Variação média em 2007 - até 17 de dezembro
**As variações consideram a reaplicação de dividendos
***Alguns setores são mal representados na bolsa (quantidade pequena de ações) e, por isso, suas medidas não são representativas
Fonte: Economática

Segundo levantamento feito pela consultoria Economática para o Portal EXAME, os eletroeletrônicos foram o setor que mais se valorizou. Até 17 de dezembro, a variação foi de 127,54%, mais de três vezes o desempenho do Ibovespa no mesmo período - 34,53%. O destaque ficou para as ações ordinárias da Positivo Informática, que subiram 94,4%. Maior fabricante de computadores do país, a companhia foi beneficiada pelos incentivos fiscais do governo ao setor, que baratearam os equipamentos. Além disso, o maior acesso da população ao crédito também incentivou as vendas. A Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica estima que serão vendidos 10,1 milhões de computadores no país neste ano, superando, pela primeira vez, o número de televisores - cuja estimativa é de 9,5 milhões de unidades. No ano passado, o Brasil absorveu 8,2 milhões de computadores.

Algumas empresas que compõem a lista de eletroeletrônicos da Economática apresentaram valorização maior que a da Positivo. É o caso da Brasmotor, cujos papéis ordinários dispararam 417% no ano. Essas ações, no entanto, são muito pouco negociadas no pregão, e por isso seu peso no setor é bastante pequeno. Para se ter uma idéia, as ações da Positivo são 373 vezes mais negociadas que as da Brasmotor. No caso desta última, a cotação foi influenciada pela expectativa do mercado, ao longo do ano, de que a Whirpool, sua controladora, iria recomprar as ações para retirar a empresa da bolsa.

Commodities

O bom momento das commodities no mercado mundial é o motivo óbvio da alta de setores como o de mineração - segundo mais valorizado da Bovespa, com 82,71% -, siderurgia, petróleo e gás, e química e petroquímica.

Entre as mineradoras, o destaque ficou para a MMX, criada pelo empresário Eike Batista. Seus papéis dispararam quase 280%, puxado pela boa acolhida dos investidores ao início da implementação efetiva de alguns projetos que compõem o plano de negócios da companhia. Quando foi à bolsa, em julho do ano passado, a MMX levantou 1,1 bilhão de reais sem possuir nenhuma planta em operação. Desde então, alguns projetos avançaram. Há quatro meses, por exemplo, a empresa iniciou a produção de ferro gusa em Corumbá (MS).

Alguns destaques de cada área
SetorEmpresa***Variação (%)*
EletroeletrônicosPositivo Informática ON94,4
MineraçãoMMX Mineração ON277,8
Máquinas industriaisWeg ON73,3
Siderurgia e metalurgiaCSN ON124,2
Petróleo e gásPetrobras ON72,1
ConstruçãoCyrela Realty ON41
QuímicaSuzano PN156,9
Veículos e autopeçasRandon PN83
Ibovespa 34,53
OutrosBradespar PN77,3
Finanças e segurosBanco do Brasil ON45,4
Minerais não metálicosPortobello PN46,4
Alimentos e bebidasPerdigão ON49,2
TêxtilHering ON114,1
Papel e celuloseVCP PN30,8
Energia elétricaEletropaulo PNB34,8
TelecomunicaçõesBrasil Telecom PN60,8
Software e dadosTotvs28,8
ComércioLojas Americanas PN31,4
Transporte e serviçosCCR Rodovias ON1,9
*Variação média em 2007 - até 17 de dezembro
**As variações consideram a reaplicação de dividendos
***Alguns setores apresentam empresas com variação maior que as listadas na tabela. Essas companhias, porém, foram descartadas por apresentarem baixa liquidez no mercado
Fonte: Economática

A Vale do Rio Doce, uma das companhias mais negociadas da bolsa, também apresentou forte alta. Suas ações ordinárias subiram 80% e as preferenciais, também quase 80%. Maior produtora de minério de ferro do mundo, a Vale foi premiada porque os investidores esperam um forte reajuste de preços do minério no próximo ano. No mercado, há um amplo leque de apostas, que vão de 30% a 70%.

O reajuste do minério de ferro explica também parte do salto de 124% dos papéis ordinários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Com a perspectiva de solucionar as divergências com a Vale em torno da mina Casa de Pedra, a CSN tende a se beneficiar do bom momento vivido pelas mineradoras. Hoje, os analistas encaram a Casa de Pedra como um dos principais ativos da siderúrgica. Uma das principais produtoras de aços planos do país, a empresa também se favoreceu da forte demanda interna pelo insumo. As montadoras, por exemplo, devem bater seu recorde de produção, com mais de 2,3 milhões de carros.

Por fim, um paradoxo também estimula a alta da CSN. Depois de sucessivas tentativas frustradas de aquisições de concorrentes estrangeiras, a companhia começa a ser vista como um potencial alvo de compra. "Isso também influencia a cotação das ações ordinárias da CSN", diz Pedro Galdi, analista de investimentos da corretora do ABN Amro Real.

Na lanterna

O setor de transportes foi o único a registrar desvalorização no ano (-19,05%), por motivos que vão desde a crise aérea, até as incertezas sobre o futuro das concessões rodoviárias. As preferenciais de TAM e Gol, papéis mais negociados do setor, perderam 30,30% e 35,10% de seu valor, respectivamente, ao longo de 2007.

A OHL também teve suas ações castigadas no pregão por uma queda de 34,30%. Em outubro, a concessionária de origem espanhola arrematou cinco de sete rodovias leiloadas pelo governo federal. O que parecia ser um sucesso foi visto com ceticismo pelos investidores. Isto porque, para ganhar, a OHL aceitou cobrar pedágios bem menores que o teto estipulado no leilão. "Isso deixou dúvidas quanto à rentabilidade do investimento", explica Vladimir Pinto, estrategista da Unibanco Corretora.

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