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Conheça os caminhos dos fundos de investimento em euro

Há dois tipos de fundos referenciados no euro. Um deles funciona como os fundos cambiais. O outro tipo funciona como os fundos de investimento no exterior (Fiex). Para explicar como ambos funcionam, vamos supor que você aplicou 10 000 reais em um fundo do tipo euro cambial e 10 000 reais em um fundo de […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

Há dois tipos de fundos referenciados no euro. Um deles funciona como os fundos cambiais. O outro tipo funciona como os fundos de investimento no exterior (Fiex). Para explicar como ambos funcionam, vamos supor que você aplicou 10 000 reais em um fundo do tipo euro cambial e 10 000 reais em um fundo de investimentos no exterior atrelado ao euro. Para facilitar o entendimento, vamos trabalhar com valores brutos, mas é importante saber que sobre essas aplicações, como a maioria, recaem imposto de renda de 20% ao mês e de uma taxa de administração de 1% ao ano.

No nosso exemplo, esse investimento foi realizado no dia primeiro de março de 2002, quando um euro estava cotado a 0,865 centavos de dólar no mercado internacional. No Brasil, eram necessários 2,3445 reais para comprar um dólar e 2,029 reais para comprar 1 euro.

Fundo tipo cambial

No fundo cambial, os seus 10 000 foram aplicados na compra de títulos em real ou dólar (Letras Financeiras do Tesouro ou Notas do Banco Central, série E). O administrador do fundo realizou uma operação na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), em São Paulo, e atrelou esse títulos à cotação do euro. Isso foi feito por meio de uma operação conhecida como swap, que troca a cotação do real pela cotação de outra moeda.

Existem várias cotações do euro (assim como existem várias do dólar: à vista, turismo, comercial, por exemplo). O gestor, quando fecha a operação de swap, define a cotação do euro/real a partir de uma triangulação envolvendo dólar/real e euro/dólar. Com essa operação, seus 10 000 reais se transformaram naquele dia em 4.928,54 euros.

Vamos supor que o saque dessa aplicação foi feito um ano depois, exatamente no dia 5 de março de 2003. O dólar valia então, 3,55 reais, o euro estava cotado a 1,097 dólar e a 3,89 reais. Você tinha 5 422,20 euros.

Seu dinheiro fez o caminho inverso para se transformar em reais, outra vez por meio de uma operação de swap. Além de oferecer a variação das moedas, os fundos em euro pagam uma taxa (o cupom cambial) cotadas em euro. Essa taxa oscilou entre 8% e 10%. Seu saque bruto foi de 21.132,50 reais.

Pesou a favor desse resultado não apenas a desvalorização do real frente ao euro, mas também a desvalorização do dólar em relação ao euro. Para que a aplicação volte a ter a mesma rentabilidade, será preciso ocorrer novas desvalorizações do real e do dólar.

Fundos tipo Fiex

Os 10 000 reais aplicados no Fiex também no dia primeiro de março de 2002 fizeram um caminho mais direto. Foram utilizados para a compra de títulos da dívida brasileira, emitidos em euro no exterior. Quando o saque foi feito em 5 de março deste ano, o valor bruto do saque foi de 27.998,00 reais.

Os títulos da dívida cotados em euro são mais difíceis de negociar que os títulos cotados em dólar. Quando a crise de confiança se abateu sobre os papéis brasileiros no ano passado, os títulos em dólar sentiram rapidamente o impacto e se desvalorizaram. Os títulos em euro, ao contrário, caíram lentamente: o investidor terminou ganhando com isso.

Agora, os títulos brasileiros recobram a confiança. Papéis cotados em dólar estão subindo. Papéis cotados em euro têm recuperação mais lenta, o que faz os analistas apostarem que a rentabilidade do Fiex em euro vai subir nos próximos meses e manter a aplicação entre as mais rentáveis mais uma vez.

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