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Como investir em um fundo-abutre

Fundo aberto a pessoas físicas que planeja lucrar com a recuperação de empresas com sérias dificuldades financeiras deve iniciar captação de recursos nas próximas semanas

A fênix: ideia do fundo é aportar capital e intervir na gestão para fazer empresas renascerem (Isidro Lam/SXC)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2012 às 08h00.

São Paulo – Investidores dispostos a diversificar por meio de aplicações de altíssimo risco e com bom potencial de rentabilidade têm como opção os fundos que investem diretamente em empresas, ou Fundos de Investimento em Participações. Embora restritas, já existem algumas oportunidades para o investidor pessoa física que tenha uma boa quantia para aplicar. É o caso do fundo-abutre que vai ser lançado pela Corporate Consulting, consultoria especializada na gestão e reestruturação de empresas em crise.

Ainda sem registro na CVM – o que só deve ocorrer daqui a mais ou menos um mês – o futuro fundo captará 20 milhões para investir em até 30 empresas em recuperação judicial ou em processo de expansão. “A ideia do fundo é entrar em empresas estressadas, onde é melhor que o capital não fique nas mãos de gestores que as levaram à crise”, explica Luiz Alberto Paiva, sócio-diretor da Corporate Consulting.

Este será o primeiro fundo montado pela Corporate. A consultoria já conduziu 136 processos de recuperação judicial de empresas localizadas nos estados de São Paulo e da região Sul do Brasil. Até agora, a atividade da consultoria concentrava-se em assumir a gestão e a reestruturação das companhias, captando recursos de instituições financeiras e outros fundos. Dentro desta modalidade são atualmente 18 empresas. Agora, a ideia é fazer o mesmo com recursos próprios e de outros investidores interessados. “Isso vai reduzir os custos de captação”, observa Paiva.

Três empresas já foram aprovadas para receber recursos do novo fundo. A engarrafadora de água mineral Lindoyana, localizada em Águas De Lindoia (SP), e a Metalúrgica Monte Castelo, de Erechim (RS), estão em recuperação judicial. A terceira empresa é a centenária metalgráfica Trivisan, localizada no Paraná, uma das maiores fabricantes de latas para o setor de tintas. A questão dessa companhia não é uma recuperação judicial, mas sim um plano de expansão para modernizar seu parque industrial.


Essas são apenas as primeiras empresas a serem contempladas pela nova empreitada. A intenção da Corporate é reduzir o risco da aplicação por meio da diversificação, selecionando até 30 empresas, de diferentes setores, mas sempre com faturamento entre 30 e 50 milhões de reais. A maioria, no entanto, deve ser do setor industrial. Os investimentos irão desde um aporte minoritário até o controle com participação máxima de 60%. “Emitiremos um relatório mensal de cada negócio para os cotistas acompanharem o trabalho. Hoje nós assumimos a gestão inteira da companhia, sua direção e sua área financeira”, explica Paiva.

Como investir

O fundo da Corporate será aberto a qualquer tipo de investidor, mas o tíquete de entrada é bastante alto, de 500.000 reais. Na prática, o valor do aporte inicial acaba restringindo o público aos investidores qualificados – aqueles que têm ao menos 300.000 reais em aplicações financeiras. Principalmente se for levado em conta que um fundo desse tipo deve ser uma alternativa de diversificação, dado o alto risco e suas restrições de liquidez.

Cada cotista vai se tornar, na realidade, um debenturista, pois receberá em debêntures a sua parte das cotas. A remuneração é fixada em 120% do CDI para quem ficar até o final do prazo de investimento, que é de cinco anos. Este não é um percentual impossível de se conseguir por meio do investimento direto em debêntures, por exemplo, mas o fundo promete ainda repartir entre os cotistas 20% de sua rentabilidade ao final do período. É possível resgatar o investimento antes do término do prazo, mas evidentemente a rentabilidade ficará comprometida. A taxa de administração é de 2% ao ano.

“Após atingir o patrimônio de 20 milhões, o fundo será fechado. Após o prazo de cinco anos, provavelmente será possível migrar os recursos para um novo fundo, uma vez que pretendemos abrir outros no futuro”, diz o sócio-diretor da Corporate. Ele ressalta que, apesar de o fundo ainda não estar aberto para captação, os interessados já podem entrar em contato com a Corporate e deixar seu desejo catalogado.

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São Paulo – Investidores dispostos a diversificar por meio de aplicações de altíssimo risco e com bom potencial de rentabilidade têm como opção os fundos que investem diretamente em empresas, ou Fundos de Investimento em Participações. Embora restritas, já existem algumas oportunidades para o investidor pessoa física que tenha uma boa quantia para aplicar. É o caso do fundo-abutre que vai ser lançado pela Corporate Consulting, consultoria especializada na gestão e reestruturação de empresas em crise.

Ainda sem registro na CVM – o que só deve ocorrer daqui a mais ou menos um mês – o futuro fundo captará 20 milhões para investir em até 30 empresas em recuperação judicial ou em processo de expansão. “A ideia do fundo é entrar em empresas estressadas, onde é melhor que o capital não fique nas mãos de gestores que as levaram à crise”, explica Luiz Alberto Paiva, sócio-diretor da Corporate Consulting.

Este será o primeiro fundo montado pela Corporate. A consultoria já conduziu 136 processos de recuperação judicial de empresas localizadas nos estados de São Paulo e da região Sul do Brasil. Até agora, a atividade da consultoria concentrava-se em assumir a gestão e a reestruturação das companhias, captando recursos de instituições financeiras e outros fundos. Dentro desta modalidade são atualmente 18 empresas. Agora, a ideia é fazer o mesmo com recursos próprios e de outros investidores interessados. “Isso vai reduzir os custos de captação”, observa Paiva.

Três empresas já foram aprovadas para receber recursos do novo fundo. A engarrafadora de água mineral Lindoyana, localizada em Águas De Lindoia (SP), e a Metalúrgica Monte Castelo, de Erechim (RS), estão em recuperação judicial. A terceira empresa é a centenária metalgráfica Trivisan, localizada no Paraná, uma das maiores fabricantes de latas para o setor de tintas. A questão dessa companhia não é uma recuperação judicial, mas sim um plano de expansão para modernizar seu parque industrial.


Essas são apenas as primeiras empresas a serem contempladas pela nova empreitada. A intenção da Corporate é reduzir o risco da aplicação por meio da diversificação, selecionando até 30 empresas, de diferentes setores, mas sempre com faturamento entre 30 e 50 milhões de reais. A maioria, no entanto, deve ser do setor industrial. Os investimentos irão desde um aporte minoritário até o controle com participação máxima de 60%. “Emitiremos um relatório mensal de cada negócio para os cotistas acompanharem o trabalho. Hoje nós assumimos a gestão inteira da companhia, sua direção e sua área financeira”, explica Paiva.

Como investir

O fundo da Corporate será aberto a qualquer tipo de investidor, mas o tíquete de entrada é bastante alto, de 500.000 reais. Na prática, o valor do aporte inicial acaba restringindo o público aos investidores qualificados – aqueles que têm ao menos 300.000 reais em aplicações financeiras. Principalmente se for levado em conta que um fundo desse tipo deve ser uma alternativa de diversificação, dado o alto risco e suas restrições de liquidez.

Cada cotista vai se tornar, na realidade, um debenturista, pois receberá em debêntures a sua parte das cotas. A remuneração é fixada em 120% do CDI para quem ficar até o final do prazo de investimento, que é de cinco anos. Este não é um percentual impossível de se conseguir por meio do investimento direto em debêntures, por exemplo, mas o fundo promete ainda repartir entre os cotistas 20% de sua rentabilidade ao final do período. É possível resgatar o investimento antes do término do prazo, mas evidentemente a rentabilidade ficará comprometida. A taxa de administração é de 2% ao ano.

“Após atingir o patrimônio de 20 milhões, o fundo será fechado. Após o prazo de cinco anos, provavelmente será possível migrar os recursos para um novo fundo, uma vez que pretendemos abrir outros no futuro”, diz o sócio-diretor da Corporate. Ele ressalta que, apesar de o fundo ainda não estar aberto para captação, os interessados já podem entrar em contato com a Corporate e deixar seu desejo catalogado.

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