Como estimulo minha família a controlar os gastos?
Internauta de 22 anos se preocupa porque família não tem o hábito de se planejar financeiramente
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 14h50.
Pergunta do internauta: Tenho 22 anos e moro com meus pais. Vejo cada vez mais a necessidade de saber poupar e é uma prática que costumo ter, mas tanto meus pais quanto meus dois irmãos mais novos não têm. Vocês têm alguma dica para estimular o hábito de poupar e diminuir os gastos lá em casa?
Resposta de Celina Macedo*:
Para você que tem 22 anos pode ser difícil imaginar como era a vida dos seus pais há duas ou três décadas, em um país onde a hiperinflação corroía o dinheiro e o transformava rapidamente em farelo. Sem saudades, lembro-me de quando ia fazer as compras mensais no supermercado e só podíamos levar para casa meia dúzia de latas de óleo. Ou ainda quando ficava horas na fila do posto de gasolina para encher o tanque porque o poder de compra se alterava de um dia para outro. A ideia era comprar o máximo de itens, o mais rápido possível.
Hoje, com a inflação estabilizada após o Plano Real, elaborar planejamentos financeiros e gerir o orçamento mensal passou a ser fundamental para controlar os gastos e poupar para investimentos, emergências, aposentadoria e realização de sonhos. Ter educação financeira é fazer uso consciente do dinheiro, é planejar consumo, eleger prioridades e fazer escolhas.
O melhor local para se receber educação financeira é em casa, onde os filhos aprendem com os pais. Mas, como esses pais podem dar educação financeira aos filhos se eles próprios não tiveram? Os filhos têm os pais como modelos, mesmo quando é para refutar alguma maneira de ser e de ter. Para que isso aconteça há diferentes razões: novas necessidades, experiências de vida, leituras e estudos.
Portanto, não há uma regra e os pais podem e devem aprender com os filhos. Se você se sente capaz, deve mostrar e ensinar aos seus pais e irmãos que, ao fazer um orçamento regularmente, eles terão uma previsão do comportamento do próprio dinheiro. Ou seja, terão controle de onde vem o dinheiro e para onde ele vai.
Pais que não se preocupam com o dia a dia nem com a aposentadoria costumam tornar-se um peso para os filhos no futuro. Contudo, orientando a família sobre como é possível ganhar, gastar, poupar e investir o dinheiro, você os estará ajudando a mudar a postura e a atitude diante de questões financeiras. E dessa forma você irá garantir que, quando sair de casa, já estará no caminho certo: praticando a educação financeira.
*Celina Macedo é doutora em Linguística com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva pela Université Libre de Bruxelas, onde trabalhou com as Percepções Subliminares do Dinheiro. É professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conselheira do Instituto de Educação Financeira e autora do livro “Filhos: seu melhor investimento” (Campus/Elsevier).
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Envie suas dúvidas sobre planejamento financeiro, crédito e investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.
Pergunta do internauta: Tenho 22 anos e moro com meus pais. Vejo cada vez mais a necessidade de saber poupar e é uma prática que costumo ter, mas tanto meus pais quanto meus dois irmãos mais novos não têm. Vocês têm alguma dica para estimular o hábito de poupar e diminuir os gastos lá em casa?
Resposta de Celina Macedo*:
Para você que tem 22 anos pode ser difícil imaginar como era a vida dos seus pais há duas ou três décadas, em um país onde a hiperinflação corroía o dinheiro e o transformava rapidamente em farelo. Sem saudades, lembro-me de quando ia fazer as compras mensais no supermercado e só podíamos levar para casa meia dúzia de latas de óleo. Ou ainda quando ficava horas na fila do posto de gasolina para encher o tanque porque o poder de compra se alterava de um dia para outro. A ideia era comprar o máximo de itens, o mais rápido possível.
Hoje, com a inflação estabilizada após o Plano Real, elaborar planejamentos financeiros e gerir o orçamento mensal passou a ser fundamental para controlar os gastos e poupar para investimentos, emergências, aposentadoria e realização de sonhos. Ter educação financeira é fazer uso consciente do dinheiro, é planejar consumo, eleger prioridades e fazer escolhas.
O melhor local para se receber educação financeira é em casa, onde os filhos aprendem com os pais. Mas, como esses pais podem dar educação financeira aos filhos se eles próprios não tiveram? Os filhos têm os pais como modelos, mesmo quando é para refutar alguma maneira de ser e de ter. Para que isso aconteça há diferentes razões: novas necessidades, experiências de vida, leituras e estudos.
Portanto, não há uma regra e os pais podem e devem aprender com os filhos. Se você se sente capaz, deve mostrar e ensinar aos seus pais e irmãos que, ao fazer um orçamento regularmente, eles terão uma previsão do comportamento do próprio dinheiro. Ou seja, terão controle de onde vem o dinheiro e para onde ele vai.
Pais que não se preocupam com o dia a dia nem com a aposentadoria costumam tornar-se um peso para os filhos no futuro. Contudo, orientando a família sobre como é possível ganhar, gastar, poupar e investir o dinheiro, você os estará ajudando a mudar a postura e a atitude diante de questões financeiras. E dessa forma você irá garantir que, quando sair de casa, já estará no caminho certo: praticando a educação financeira.
*Celina Macedo é doutora em Linguística com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva pela Université Libre de Bruxelas, onde trabalhou com as Percepções Subliminares do Dinheiro. É professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conselheira do Instituto de Educação Financeira e autora do livro “Filhos: seu melhor investimento” (Campus/Elsevier).
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