Bancos aumentam os juros de empréstimos. Veja taxas
Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros e provável elevação da inadimplência contribui para movimento
Marília Almeida
Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 16h14.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 18h15.
As taxas de juros de empréstimos voltaram a ser elevadas em janeiro. A taxa de juros média de empréstimos para pessoa física registrou elevação de 0,90% no mês (1,19% em doze meses) e passou de 5,56% ao mês (91,42% ao ano) em dezembro para 5,61% ao mês (92,51% ao ano) em janeiro. É a maior taxa de juros desde julho, de acordo com pesquisa feita pela Anefac.
Veja abaixo os principais resultados da pesquisa:
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da ANEFAC, os empréstimos ficaram mais caros por conta da expectativa de novas elevações da taxa básica de juros e provável elevação dos índices de inadimplência devido ao fim das pausas nos empréstimos, pagamento dos auxílios emergenciais e aumento da inflação e seus efeitos na renda. Esses fatores tornam os bancos mais seletivos para conceder crédito.
Cartão de crédito
Houve uma elevação de 1,08% na modalidade de crédito: a taxa média passou de 11,07% ao mês (252,50% ao ano) em dezembro de 2020, para 11,19% ao mês (257,10% ao ano) em janeiro.
A taxa deste mês é a maior desde abril de 2020 (11,20% ao mês – 257,48% ao ano).
Cheque Especial
Houve uma elevação de 1,14%. Como resultado, a taxa passou de 7,02% ao mês (125,72% ao ano) em dezembro/2020, para 7,10% ao mês (127,76% ao ano) em janeiro.
A taxa deste mês é a maior desde junho/2020 (7,11% ao mês – 128,01% ao ano).
CDC – Bancos Financiamento de automóveis
Houve uma elevação de 1,52%, passando a taxa de 1,32% ao mês (17,04% ao ano) em dezembro/2020, para 1,34% ao mês (17,32% ao ano) em janeiro.
A taxa deste mês é a maior desde agosto/2020 (1,36% ao mês – 17,60 ao ano).
Empréstimo Pessoal - Bancos
O aumento dos juros foi de 1,27%, e a taxa de juros média da linha passou de 3,14% ao mês (44,92% ao ano) em dezembro/2020, para 3,18% ao mês (45,59% ao ano) em janeiro.
A taxa deste mês é a maior desde junho/2020 (3,21% ao mês – 46,10% ao ano).
Empréstimo Pessoal - Financeiras
Houve uma elevação de 0,65% da taxa de juros, que passou de 6,17% ao mês (105,13% ao ano) em dezembro de 2020, para 6,21% ao mês (106,06% ao ano) em janeiro.
A taxa deste mês é a maior desde junho de 2020 (6,24% ao mês – 106,76% ao ano).
Taxa de juros x Selic
Considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve no período uma redução da Selic de 5,50 pontos percentuais (72,41%) de 7,25% ao ano em abril de 2013 para 2% ao ano em janeiro de 2021.
Neste período a taxa de juros média dos empréstimos para pessoa física apresentou uma elevação de 4,54 pontos percentuais (5,16%) de 87,97% ao ano em março de 2013 para 92,51% ao ano em janeiro de 2021.
O que fazer
Como existem grandes variações entre as taxas de juros em cada banco, a Anefac recomenda usar o crédito com moderação e consciência. Veja abaixo as dicas;
- Ao contratar um financiamento pesquise sempre a taxa de juros e demais acréscimos;
- Evite comprometer a maior parte do seu orçamento com dívidas;
- Evite empréstimos de longo prazo que embutem custos maiores;
- Evite entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial, pois essas linhas oferecem as maiores taxas de juros;
- O cheque especial não é renda e deve ser utilizado por um período curto e emergencial. Se tiver necessidade de usar este limite por um período maior procure a sua instituição financeira e faça um empréstimo pessoal (que tem custos menores) para liquidar o cheque especial;
- Existem linhas de crédito baratas como o microcrédito, que tem taxa de 2% ao mês, penhor de joias da Caixa e do crédito consignado com desconto em folha. Caso necessite de crédito veja a possibilidade de tomar esses empréstimos mais baratos;
- Caso necessite de crédito para pagar uma dívida e não tenha condições de contratá-lo não deixe suas dívidas crescerem mais por conta dos juros de mora e multas. Procure o credor de sua dívida e proponha uma renegociação do prazo e das taxas de juros em condição que consiga cumprir;
- Se possível adie suas compras para juntar o dinheiro e realizá-las à vista, evitando os juros. Caso não seja possível pesquise muito, barganhe e compre nos menores prazos possíveis (quanto menor o prazo menor a incidência de juros)