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ANS suspende comercialização de 35 planos de saúde

Decisão afeta cerca de 230 mil beneficiários

Planos: as denúncias e reclamações referentes à cobertura assistencial foram recebidas pela ANS no quarto trimestre de 2016 (iStock/Thinkstock)

Planos: as denúncias e reclamações referentes à cobertura assistencial foram recebidas pela ANS no quarto trimestre de 2016 (iStock/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de março de 2017 às 17h13.

Última atualização em 10 de março de 2017 às 17h41.

A partir do próximo dia 17, um total de 35 planos de saúde de sete operadoras terá sua comercialização suspensa por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A medida resulta de monitoramento da garantia de atendimento dos planos aos consumidores, ou seja, se eles estão tendo a cobertura obrigatória, definida pelo órgão, em tempo hábil. Os planos de saúde suspensos totalizam em torno de 230 mil beneficiários.

"Essa é uma medida preventiva, para proteção do consumidor", disse hoje (10) à Agência Brasil a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Coelho.

Ela explicou que as sete operadoras atingidas (Federação das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima; Saúde Sim Ltda; Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas; Unimed-Rio; Operadora de Planos de Saúde Serra Imperial Ltda; Ecole Serviços Médicos Ltda; e Associação Santa Casa Saúde de Sorocaba) ficarão suspensas e não poderão comercializar os planos.

"Ou seja, não podem entrar novos beneficiários, porque na nossa avaliação a gente identificou que o número de denúncias e reclamações dos consumidores ficou acima do esperado para esses planos", destacou Karla.

A medida vale por três meses, até as operadoras se adequarem às normas e resolverem as principais questões para prestar assistência adequada aos beneficiários.

As denúncias e reclamações referentes à cobertura assistencial foram recebidas pela ANS no quarto trimestre de 2016.

Interrupção

Karla Coelho deixou claro que os clientes das operadoras atingidas não sofrerão nenhuma interrupção na utilização dos planos. "Não tem nenhuma sanção para eles. A sanção é em relação às operadoras, que não podem vender novos planos", disse.

Com base nas reclamações, a ANS fez uma análise das sete operadoras ao longo do tempo, comparou-as com outras empresas parecidas e verificou que elas estavam acima da média de queixas estabelecida pela agência.

Por isso, tiveram a comercialização de planos suspensa, além de multas que variam de R$ 80 mil a R$ 250 mil, por conta da negativa de cobertura de saúde.

"Todas as operadoras em que foi identificada uma infração cometida vão ser multadas se a infração ficar caracterizada", disse Karla.

A diretora advertiu ainda que se as operadoras cujos planos de saúde foram suspensos comercializarem novos planos no período de três meses serão multadas novamente.

Essa segunda multa já leva em consideração os efeitos coletivos e será calculada por uma diretoria específica da ANS, variando de operadora para operadora.

As empresas têm uma semana para se adequar à medida e suspender a comercialização dos planos.

Karla Coelho lembrou que todas as operadoras de saúde suplementar são monitoradas de forma contínua pela ANS. Haverá, entretanto, um acompanhamento maior para as sete empresas objeto da suspensão.

Outras medidas administrativas são efetuadas pela agência em operadoras com problemas, como direção técnica e fiscal e plano de recuperação assistencial.

No site da ANS, os consumidores podem obter informações mais detalhadas sobre as operadoras cuja comercialização foi suspensa e os planos atingidos.

Reclamações

No período de 1º de outubro a 31 de dezembro do ano passado, a ANS recebeu 16.169 reclamações de natureza assistencial em seus canais de atendimento, das quais 12.946 queixas foram consideradas para análise pelo programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento.

A ANS informou ainda, que em paralelo à suspensão de comercialização dos planos das sete operadoras em questão, dez outras operadoras poderão voltar a comercializar 46 produtos que estavam impedidas de vender, em função da comprovada melhoria no atendimento aos beneficiários.

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