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Plano da Petrobras é agressivo demais, dizem analistas

Ações da Petrobras podem cair no curto prazo devido ao plano de investimentos de 174,4 bilhões de dólares entre 2009 e 2013

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O plano de investimentos da Petrobras para os próximos cinco anos surpreendeu o mercado, e pode pressionar as ações na Bovespa no curto prazo. Considerado agressivo pelos analistas, o plano prevê investimentos de 174,4 bilhões de dólares entre 2009 e 2013. A cifra é 55% maior que o previsto no anterior, que abrangia 2008 a 2012. A proposta também ficou bem acima das estimativas do mercado. "A expectativa era de um incremento menor no volume de investimentos, incluindo a postergação de alguns projetos, em especial na área de refino e petroquímica. Ainda falta um detalhamento maior deste novo plano de negócios, mas acredito que a primeira reação dos investidores será negativa", afirma relatório do Banco Espírito Santo de Investimentos.

A queda das ações da Petrobras não deve desagradar apenas quem investe nelas. Principal blue chip brasileira, juntas, as ações ordinárias e preferenciais da estatal respondem por 19,77% do Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista. A Vale, segunda companhia mais negociada no pregão, tem 15% de peso. Por isso, uma queda nas ações da Petrobras pode pressionar o desempenho de toda a bolsa. Um sinal é o comportamento do mercado na manhã desta segunda-feira (26/1). Por volta da 12h19, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4, sem direito a voto), as mais negociadas da bolsa, apresentavam queda de 0,76%, a 23,41 reais por papel. Já as ações ordinárias (PETR3, com direito a voto), recuavam 1,27%, a 27,88 reais. No mesmo instante, o Ibovespa caía 0,11%, a 38.092 pontos.

Os analistas já esperavam um volume alto de investimentos para os próximos anos, já que a Petrobras costuma ser usada pelo governo federal para alavancar a expansão econômica. A principal surpresa, para alguns, foi o aumento dos recursos para a construção de refinarias, em um cenário de desaceleração econômica e conseqüente queda na demanda por derivados de petróleo. "O maior questionamento não reside no crescimento forte dos investimentos em exploração e produção, a área com maior potencial de retorno para a Petrobras, mas no crescimento de quase US$ 14 bilhões na área de abastecimento, com a confirmação das novas refinarias", afirma relatório da corretora Ativa.

"Acordo de cavalheiros"

Outro ponto destacado pelos analistas é a necessidade de a Petrobras elevar a captação de recursos para cumprir o plano. Neste ano, a estatal precisará captar 18,1 bilhões de dólares. A empresa informou que já assegurou 16,9 bilhões de dólares, dos quais, 11,9 bilhões virão do BNDES. O mercado também não descarta um acordo político para manter o nível de preços dos derivados, a fim de assegurar o caixa da companhia em um momento de queda de preços do petróleo. "Não ficaríamos surpresos se esse maior capex viesse acompanhado de um acordo de cavalheiros (ou damas) para a manutenção do preço da gasolina e do diesel e algum impacto negativo sobre a estrutura de regulação", afirma relatório da Itaú Securities, a corretora do banco Itaú.

O Itaú considera, porém, que o montante de investimentos, em si, é um "não-evento". Isto porque a corretora afirma que ele pode ser revisto posteriormente para se adequar a novos cenários. "Vemos o plano como um exercício acadêmico que mudará conforme o cenário que prevalecer até o final do ano", afirma o relatório.

O banco manteve a recomendação para os papéis da Petrobras, e projeta um preço-alvo de 39,3 reais para as ações preferenciais (PETR4) até dezembro.

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