XP Investimentos: receita tem queda de 4% no primeiro trimestre (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 4 de maio de 2022 às 12h14.
Última atualização em 4 de maio de 2022 às 12h45.
As ações da XP despencam nesta quarta-feira, 4, com investidores reagindo ao balanço do primeiro trimestre divulgado pela empresa na última noite. A queda nesta manhã chegou a superar 17% na Nasdaq, com o papel abaixo de US$ 20. A companhia vale agora menos de US$ 10,5 bilhões, com as ações de volta a um patamar de preço só alcançado no auge do nervosismo com a covid, em março de 2020.
A receita da companhia caiu 4% em relação ao quarto trimestre, ficando em R$ 3,121 bilhões. O número saiu cerca de R$ 300 milhões abaixo do consenso de mercado. "Vemos o resultado como negativo para as ações devido à perda significante de receita", disseram analistas do Credit Suisse, em relatório.
A receita mais baixa ante o trimestre anterior foi puxada pela frente de varejo da XP, a principal em termos de faturamento. A queda em relação ao quarto trimestre foi de exatamente R$ 300 milhões, com a receita desse segmento encerrando o período a R$ 2,4 bilhões.
A perda também foi significativa na linha de mercados de capitais, que caiu de R$ 270 milhões para R$ 121 milhões. Isso porque a "maior volatilidade e incerteza", segundo a XP, levou o adiamento de "muitas ofertas para os próximos trimestre". Trata-se de uma frente nova e essa volatilidade o mercado compreende. Incomoda mesmo a dúvida sobre ritmo de expansão, uma vez que a XP está na categoria de neonegócios do setor financeiro — e todos eles vivem um período de teste.
O Ebitda ajustado e o lucro líquido da XP também diminuíram frente ao trimestre anterior, com respectivas quedas de 14,3% e 9,1% para R$ 1,2 bilhão e R$ 987 milhões — ou seja, a XP não perdeu só receita, mas margem também. "A contenção de custos ajudou a evitar uma falha maior no nível do Ebitda, mas questionamos até que ponto isso pode comprometer o crescimento futuro, especialmente em novas verticais", afirma o relatório do Credit Suisse.