Warren Buffett não está animado com os EUA. Mas está indo às compras do outro lado do globo
Oráculo de Omaha aumenta sua participação em tradings japonesas


Redação Exame
Publicado em 17 de março de 2025 às 15h24.
Warren Buffett, o lendário investidor e CEO da Berkshire Hathaway, tem reduzido sua exposição ao mercado acionário dos Estados Unidos enquanto amplia seus investimentos no Japão. Segundo registros regulatórios divulgados na última segunda-feira, a Berkshire aumentou sua participação nas cinco maiores tradings japonesas: Itochu, Sumitomo, Marubeni, Mitsubishi e Mitsui, elevando suas posições para entre 8,5% e 9,8%.
Buffett começou a investir nessas empresas em julho de 2019 e, recentemente, reafirmou em uma carta aos acionistas que a Berkshire provavelmente continuaria expandindo essas posições. O aumento do investimento no Japão sugere que Buffett enxerga maior valor fora do mercado norte-americano neste momento.
O mercado acionário dos EUA tem enfrentado turbulências, especialmente devido a preocupações com inflação e crescimento econômico. Enquanto o índice S&P 500 esteja negociando a cerca de 20 vezes os lucros projetados para os próximos 12 meses e o Nasdaq Composite a 25 vezes, o índice Nikkei 225 do Japão apresenta um múltiplo mais modesto de 17 vezes, indicando um preço mais atrativo em relação aos seus pares americanos.
Curiosamente, a recente queda nas ações nos EUA impulsionou o valor de mercado da própria Berkshire Hathaway, que se beneficiou da migração de investidores do setor de tecnologia para ativos considerados mais seguros.
Enquanto gigantes como Nvidia e Tesla enfrentam perdas, as ações da Berkshire já acumulam uma valorização de 14% este ano, elevando a capitalização de mercado da empresa para aproximadamente US$ 1,1 trilhão.