Volume global de M&A encolhe para US$ 3,5 tri em ano conturbado
Mega-acordos no início do ano logo deram lugar ao nervosismo sobre a conclusão das fusões e aquisições
Bloomberg
Publicado em 21 de dezembro de 2022 às 16h59.
Última atualização em 21 de dezembro de 2022 às 17h00.
Inflação alta, juros crescentes e incertezas geopolíticas levaram a atividade global de fusões e aquisições a encolher quase um terço em 2022, depois de um volume recorde no ano passado.
Foram anunciados US$ 3,5 trilhões em transações de M&A que visavam expandir negócios, entrar em novos setores ou reorganizar operações em meio mercados voláteis, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Mega-acordos no início do ano logo deram lugar ao nervosismo sobre a conclusão das fusões e aquisições. A atividade mensal despencou quase pela metade de maio a junho, e os volumes ainda não se recuperaram.
“Quando começamos 2022, as pessoas estavam fechando negócios a torto e a direito e os SPACs ainda eram uma sensação”, disse Melissa Sawyer, chefe global do grupo de fusões e aquisições da Sullivan & Cromwell. “Depois, o cenário para M&A mudou drasticamente.”
O ano começou em alta quando a Microsoft concordou em comprar a produtora de videogames Activision Blizzard por $ 69 bilhões, no maior negócio desde 2019. Por um momento, parecia que o volume recorde de US$ 5 trilhões em 2021 podia se repetir.
Mas a confiança rapidamente começou a fraquejar. Em fevereiro, a Rússia invadiu a Ucrânia e, no mês seguinte, o Federal Reserve embarcou em sua mais agressiva onda de aumento de juros em décadas, elevando a taxa básica dos EUA ao nível mais alto desde 2007.
“Havia tanta coisa acontecendo: inflação, a resposta do banco central a isso com o aumento de juros, questões geopolíticas, problemas na cadeia de suprimentos e uma volatilidade inacreditável no mercado de ações”, disse Damien Zoubek, codiretor de M&A nos EUA da Freshfields Bruckhaus Deringer. “Misture tudo e isso e o resultado é um mercado de fusões e aquisições realmente conturbado.”
A aquisição do Twitter por Elon Musk também trouxe uma dose de incerteza para o setor de M&A, com o envolvimento de consultorias e bancos no negócios durante meses, enquanto o bilionário mudava seus planos. Sua compra de US$ 44 bilhões, que acabou sendo fechada em outubro, deixou um grupo liderado pelo Morgan Stanley sobrecarregado com cerca de US$ 13 bilhões em financiamento.