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Volatilidade do câmbio aumenta após ataque a Bolsonaro

A ideia de que diminui a chance de vitória da esquerda, que orientou o mercado na reação imediata ao episódio, não é consensual

Dólar: a volatilidade do dólar caminha para o maior nível em quase sete anos após o esfaqueamento de Bolsonaro (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Dólar: a volatilidade do dólar caminha para o maior nível em quase sete anos após o esfaqueamento de Bolsonaro (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 10 de setembro de 2018 às 15h21.

(Bloomberg) -- A volatilidade do dólar caminha para o maior nível em quase sete anos após o esfaqueamento do candidato Jair Bolsonaro (PSL) realçar a incerteza política a menos de um mês do primeiro turno da eleição, em 7 de outubro. A ideia de que diminui a chance de vitória da esquerda, que orientou o mercado na reação imediata ao episódio, não é consensual.

“O cenário é extremamente incerto sobre a eleição e o ajuste fiscal em 2019”, diz Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina do ING, em Nova York. Para ele, a alta de até 1,5% do dólar na sessão desta segunda-feira significa que o investidor está devolvendo parte da baixa da quinta-feira, quando o mercado entendeu que o atentado contra Bolsonaro ampliava as chances de vitória da direita.

Até o esfaqueamento de Bolsonaro, o mercado ainda via uma chance moderada de Geraldo Alckmin, visto como o mais pró-reformas, subir nas pesquisas, mas perspectiva fica enfraquecida a partir de agora. “Ao mesmo tempo, Ciro Gomes está subindo. O cenário é extremamente incerto sobre a eleição e o ajuste fiscal em 2019.”

Para o economista do ING, Bolsonaro é uma segunda opção para o mercado, mas que carrega muitos riscos. Isso porque uma vitória do candidato do PSL aumenta bastante a incerteza sobre governabilidade e sobre as reformas que precisam ser feitas para reduzir o déficit fiscal.

Para Vladimir do Vale, estrategista-chefe do CA Indosuez, está havendo “exagero” na hipótese de que o atentado aumente as chances de vitória de Bolsonaro. A campanha do candidato do PSL é muito agressiva contra a esquerda e, com isso, avança pouco sobre outros eleitores, necessários para reduzir sua rejeição e fortalecê-lo num eventual segundo turno, avalia.

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