Vale: as ações fecharam em queda de 24,5% na tarde de ontem (Germano Lüders/EXAME/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 29 de janeiro de 2019 às 11h38.
Última atualização em 29 de janeiro de 2019 às 12h07.
São Paulo - Após a derrocada das ações na tarde da última segunda-feira, com queda de 24,5%, as ações da Vale operavam no azul na manhã desta terça-feira. Por volta das 12h, os papéis da mineradora registravam valorização de 4,06%, sendo negociados na casa dos R$ 44.
O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil cumprem nesta manhã doze mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu na última sexta-feira, 25. Dois engenheiros foram presos em São Paulo.
O objetivo da investigação é apurar se houve fraude ou irresponsabilidade criminal pelo rompimento da barragem da mineradora no município mineiro. A prisão dos engenheiros foi decretada pelo prazo de 30 dias e todos os presos serão ouvidos pelo MPMG. Os documentos e provas apreendidas também serão encaminhados ao Ministério Público para análise.
Em nota enviada, a Vale afirmou que está contribuindo com as investigações,. “Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades. A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas.”
Ontem, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que o gabinete de crise do governo estava estudando a possibilidade de a diretoria da Vale ser afastada de suas funções durante as investigações sobre Brumadinho.
Já no final do dia, Mourão recuou sobre a decisão e disse a destituição da diretoria da Vale precisa ser feita pelo Conselho de Administração da empresa e não está em estudo o governo pedir uma reunião para tratar do assunto, apesar de ser um dos acionistas e possuir a golden share na empresa.
Para a corretora Guide Investimentos uma eventual mudança na diretoria da Vale, promovida pelo governo, seria prejudicial à companhia. Segundo os analistas da corretora, a governança atual está comprometida a reduzir seu nível de CAPEX e endividamento, seguindo o planejamento estratégico de redução de custos da mineradora.
“Além do mais, uma interferência estatal na companhia, por meio do uso da golden share detida pela União, demostraria ao mercado que a mineradora estaria sujeita a influências governamentais, o que não agradaria os investidores.”