Analistas elevam o preço-alvo para os papéis preferenciais da Vale de US$ 37 para US$ 40 até o final de 2011 (Divulgação/Vale)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 05h12.
São Paulo – “Eu não posso desistir de você, baby”. É desta forma carinhosa que os analistas Felipe Reis, Alex Sciacio e Victoria Santaella do Santander intitulam o relatório em que elevam suas expectativas para as ações preferenciais de classe A (VALE5) da mineradora brasileira Vale. A companhia segue como a preferida deles no setor de mineração e metalurgia na América Latina.
No documento enviado aos clientes, o preço-alvo para os papéis preferenciais da Vale foi elevado em dólares, de 37 dólares (74 reais) para 40 dólares (62 reais, levando em conta as mudanças no câmbio) até o final de 2011. A recomendação para a gigante de mineração foi reiterada em comprar.
A equipe de pesquisa do Santander avalia que, apesar da recente boa performance das ações – que estão acima da média do mercado -, há potencial de valorização para os papéis da companhia por conta da combinação dos seguintes fatores: fortes estimativas de aumento nos resultados da empresa, demanda favorável para o fornecimento de minério de ferro e um crescimento orgânico sustentável.
Até o fechamento do mercado na última segunda-feira, os papéis (VALE5) já tinham subido 4,95%, enquanto o Ibovespa – principal índice da bolsa brasileira – havia recuado 3,96%.
Commodities em alta
O novo preço-alvo das ações preferenciais da Vale é justificado também pelo avanço nos preços das commodities no mercado internacional. A equipe do Santander considera que o preço da ação hoje leva em conta o valor de 59 dólares por tonelada a partir do início de 2012 para frente. Ainda segundo o banco, a ação está atrasada em relação ao aumento do preço do minério no mercado à vista.
O Santander estima que a mineradora deverá apresentar um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 40,4 bilhões de dólares em 2011, o que representará um aumento de 58% em comparação ao visto no acumulado de 2010. A cifra é superior frente aos 33 bilhões de dólares previstos anteriormente e a maior na história da mineradora. Para o ano de 2012, a estimativa é que o Ebitda da Vale sofra uma pequena queda na comparação com o resultado deste ano, para 37,5 bilhões de dólares.
Executivos
A equipe do Santander considera uma probabilidade de 10% para que o CEO da Vale, Roger Agnelli, seja substituído por algum outro executivo com influência maior e direta com o governo brasileiro. Eles reiteram que, caso isso ocorra, haverá uma correção nos preços das ações da mineradora. Segundo Felipe Reis, Alex Sciacio e Victoria Santaella, há 60% de probabilidade de que uma alteração no alto comando da Vale aconteça com outro executivo que seja bem recebido pelo mercado. Por outro lado, há 30% de chance de que nenhuma alteração ocorra. As duas trariam um efeito positivo para os papéis.
Outro fator que está precificado no novo preço-alvo estipulado para a Vale é o aumento dos royalties de 2% para 7% até 2013.
Riscos
Como efeitos negativos, os analistas do Santander destacam o risco político e um aumento maior do que o esperado dos royalties no Brasil, além de um declínio nos preços do minério de ferro e do níquel. Um crescimento menor que o previsto nas economias da Ásia e uma apreciação no câmbio também preocupam.
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