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Bolsa terá um dia de “Bullsonaro” nesta segunda-feira?

Com desempenho de Bolsonaro no primeiro turno das eleições, Bolsa deve abrir em alta na segunda-feira

Vantagem de Bolsonaro em relação a Haddad, na votação do primeiro turno, foi maior que os analistas do mercado financeiro esperavam (Adriano Machado/Reuters)
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marceloalmeida

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 21h25.

Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 06h11.

A vantagem de Jair Bolsonaro em relação a Fernando Haddad , na votação do primeiro turno, foi maior que os analistas do mercado financeiro esperavam. Diante disso, é possível que o dólar volte a cair e que a bolsa suba nesta segunda-feira, como aconteceu na última semana, quando Bolsonaro cresceu nas pesquisas de intenção de voto.

“Será um dia de Bullsonaro na bolsa”, diz Wagner Salaverry, sócio da gestora Quantitas. “Os investidores estrangeiros devem comprar ações, assim como os gestores de fundos multimercado que estão com baixa exposição à bolsa.” Glauco Legat, analista chefe da corretora Spinelli, também espera uma alta da bolsa, mas não “explosiva”, em razão de muitas ações já terem valorizado na última semana.

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Para a maioria dos analistas do mercado financeiro, o risco de um governo de Fernando Haddad, no campo econômico, é maior que o de um governo de Jair Bolsonaro. Motivo, simplificando: há mais chances de adoção de medidas de ajuste fiscal sob o comando do capitão.

A partir de agora, porém, é possível os investidores incluam outros fatores na análise. Entre os principais, estão a capacidade de Bolsonaro de formar uma equipe sólida e ter apoio para aprovar suas propostas. Se houver sinais de que as dificuldades podem ser relevantes, a boa vontade do mercado deve diminuir.

Haddad está no lado oposto. A opinião geral dos analistas do mercado sobre ele é ruim. Mas, se ele conseguir (ou quiser) mostrar que está comprometido com o equilíbrio das contas públicas, pode contar com alguma boa vontade dos investidores.

Mas para que isso aconteça, o petista terá que trazer nomes que agradam aos investidores. Segundo Alexandre Cabral, economista e professor da FIA-Labfin, o mercado ficará atento especialmente para quem ocupar os cargos de ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, da Petrobras e do BNDES. "Se os nomes agradarem, o mercado passa a ficar indiferente a vitória de Haddad."

No final de setembro, Haddad se reuniu com profissionais do mercado para dizer que faria a reforma da previdência e adotaria medidas de ajuste fiscal. Segundo Legat, da Spinelli, isso mudou sua previsão para bolsa no caso de vitória de Haddad; antes das reuniões, ele achava que o Ibovespa cairia a 60 000 pontos; hoje, prevê 70 000 pontos.

Ainda assim, é uma queda em relação ao fechamento de sexta-feira, quando o Ibovespa encerrou com 82 321 pontos. “O desafio de Haddad é reverter o anti-petismo e ter uma postura mais de centro, para ampliar sua base e votos. Não é algo simples”, diz Legat.

No caso de vitória de Bolsonaro, a estimativa é bem mais favorável: na média, os analistas estimam que o Ibovespa chegará a 90 000 pontos ainda neste ano.

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