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Tombo do Bradesco, juros e inflação, balanços e o que mais move os mercados

Bolsas do exterior operam em queda no aguardo de novas sinalizações sobre a política monetária dos EUA

(Eduardo Frazão/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 10 de fevereiro de 2023 às 07h30.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2023 às 07h47.

O mercado internacional opera em terreno negativo na manhã desta sexta-feira, com investidores aguardando novos sinais sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos.

Os índices futuros americanos recuam, assim como as principais bolsas da Europa. A expectativa é pelo discurso de dois membros do Federal Reserve ( Fed , o banco central americano). Devem falar hoje o governador do Fed, Christopher Waller, e o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker.

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Investidores estarão atentos ao discurso em busca de pistas sobre a trajetória da política monetária depois da indicação desta semana de que os juros podem ficar altos por mais tempo.

Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou na terça-feira que a taxa de juros pode continuar subindo se os dados do mercado de trabalho continuarem vindo acima do esperado, como foi o caso do payroll na semana passada.

Desempenho dos indicadores às 7h15 (de Brasília):

Metas de inflação no radar

No Brasil, o Ibovespa fechou o último pregão perto das mínimas, em queda de 1,8% com investidores atentos à discussão sobre mudanças na meta de inflação. Segundo a Bloomberg,a equipe econômica estuda antecipar uma revisão das metas de inflação do País na tentativa de acalmar as tensões entre o Banco Central e o governo Lula. Vale lembrar que a meta de inflação determina a variação que o IPCA deve ter ao redor de um ano, e a principal função do BC é manter a inflação dentro da meta.

Após o burburinho, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou não ter conhecimento de nenhuma iniciativa para alterar as metas. Agentes de mercado devem ficar atentos a novos sinais do governo nesta sexta-feira.

Tombo do Bradesco (BBDC4): lucro cai 76%

O dia também deve ser de forte repercussão à temporada de balanços com os números divulgados ontem à noite.

Os holofotes estarão com o Bradesco ( BBDC4 ), que teve queda de 76% no lucro líquido do quarto trimestre de 2022 – bem abaixo das estimativas dos analistas. O banco teve lucro líquido recorrente de R$ 1,595 bilhão no período, contra R$ 6,613 bilhões apurados na mesma janela do ano anterior. O consenso da Refinitiv esperava um lucro de R$ 4,4 bilhões.

O resultado foi impactado por “recentes eventos envolvendo um cliente large corporat e específico”. O banco provisionou 100% da dívida com o cliente – um montante de R$ 4,8 bilhões. Embora não tenha sido citada nominalmente, o valor corresponde à dívida que a Americanas ( AMER3 ) tem com a instituição.

Leia também: Lucro do Bradesco afunda 76% no 4º tri com provisão de R$ 4,8 bi para Americanas

Alpargatas (ALPA4) tem prejuízo, mas projeta recuperação

Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, teve prejuízo de R$ 21 milhões no quarto trimestre de 2022, ante um lucro líquido de R$ 303 milhões, no mesmo intervalo de 2021. Mesmo considerando só a Havaianas, sem os efeitos da venda da Osklen e da compra da Rothy’s, o lucro líquido caiu quase pela metade, de R$ 150 milhões para R$ 80,6 milhões.

Roberto Funari, presidente da Alpargatas, explicou ao EXAME IN o impacto no resultado da empresa no trimestre e detalhou quais os próximos passos – a companhia vê sinais de recuperação para 2023.

Multiplan (MULT3) têm ano recorde em 2022

Na ponta positiva, o quarto trimestre da administradora de shoppings centers Multiplan (MULT3) concluiu o ano de 2022 com números recordes, refletindo a melhora do setor. De outubro a dezembro, o lucro líquido da companhia cresceu 11,9%, para R$ 239 milhões, impulsionado pelo avanço de 19% na receita bruta. No ano, o lucro líquido saltou 69%, para R$ 769 milhões. A empresa também anunciou a troca de comando, com Eduardo Kaminitz Peres como novo CEO.

Porto(PSSA3) tem melhor resultado da história

Recorde também para a Porto (PSSA3), que fechou o quarto trimestre de 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 555,6 milhões, alta de 87,6% em um ano. Foi o maior resultado histórico da companhia para um trimestre, impulsionado pela recuperação das margens e pela expansão das linhas de negócio.

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