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Títulos de países emergentes estão em uma cilada

Gestor alerta para o risco da saída dos investidores estrangeiros, o que poderia levar (e já está levando) a uma alta nas taxas

Investidores estrangeiros já estão saindo da Indonésia (Dimas Ardian/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 16h22.

São Paulo – Os mercados emergentes estão sendo vistos recentemente como um porto seguro para os investidores com a grave crise que afeta os países europeus mergulhados em uma dívida gigantesca. Mas a aversão ao risco e um agravamento da situação no mundo desenvolvido monta uma cilada para os países emergentes.

O problema acontece porque investidores estrangeiros detêm uma boa parte das dívidas. E uma saída em manada pode fazer disparar as taxas dos títulos soberanos dos países, inclusive o Brasil. Isso já está acontecendo com a Indonésia.

“Parece que os investidores em dívidas de moedas locais dos países emergentes estão começando a liquidar as suas posições”, alerta Mike Riddell, gestor de fundos da M&G Investments em Londres. O país asiático disse ontem que a participação dos estrangeiros na sua dívida caiu de 251 trilhões de rúpias para 234 trilhões de rúpias entre 9 e 19 de setembro.

Segundo Ridell, um grupo “concentrado” de investidores estrangeiros possui cerca de 30% da dívida dos emergentes – e há sinais de que eles querem sair.


“E é aí que as coisas começam a ficar assustadoras”, explica. “Se a recente queda dos preços dos títulos dos mercados emergentes sinaliza a saída dos investidores da dívida para resgatar os seus recursos isso pode rapidamente se tornar um evento sistêmico para as economias dos mercados emergentes”, ressalta.

Brasil

O Tesouro do Brasil também estaria estudando abandonar a preferência por captação exter em reais por causa do custo. Caso emitisse dívida indexada à moeda brasileira, o governo pagaria o juro mais alto em 3 meses.

Na segunda-feira, a taxa dos títulos da dívida externa em reais com vencimento em 2022 dispararam 82 pontos-base na semana passada, maior alta desde o período encerrado em 24 de outubro de 2008, e chegaram a 8,89 por cento, nível mais alto desde 27 de junho, segundo a Bloomberg.

O real já perdeu 9,8% frente ao dólar em setembro – foi a segunda maior desvalorização entre as principais moedas do mundo, segundo um levantamento feito pelo Citi com base em informações da Bloomberg.

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São Paulo – Os mercados emergentes estão sendo vistos recentemente como um porto seguro para os investidores com a grave crise que afeta os países europeus mergulhados em uma dívida gigantesca. Mas a aversão ao risco e um agravamento da situação no mundo desenvolvido monta uma cilada para os países emergentes.

O problema acontece porque investidores estrangeiros detêm uma boa parte das dívidas. E uma saída em manada pode fazer disparar as taxas dos títulos soberanos dos países, inclusive o Brasil. Isso já está acontecendo com a Indonésia.

“Parece que os investidores em dívidas de moedas locais dos países emergentes estão começando a liquidar as suas posições”, alerta Mike Riddell, gestor de fundos da M&G Investments em Londres. O país asiático disse ontem que a participação dos estrangeiros na sua dívida caiu de 251 trilhões de rúpias para 234 trilhões de rúpias entre 9 e 19 de setembro.

Segundo Ridell, um grupo “concentrado” de investidores estrangeiros possui cerca de 30% da dívida dos emergentes – e há sinais de que eles querem sair.


“E é aí que as coisas começam a ficar assustadoras”, explica. “Se a recente queda dos preços dos títulos dos mercados emergentes sinaliza a saída dos investidores da dívida para resgatar os seus recursos isso pode rapidamente se tornar um evento sistêmico para as economias dos mercados emergentes”, ressalta.

Brasil

O Tesouro do Brasil também estaria estudando abandonar a preferência por captação exter em reais por causa do custo. Caso emitisse dívida indexada à moeda brasileira, o governo pagaria o juro mais alto em 3 meses.

Na segunda-feira, a taxa dos títulos da dívida externa em reais com vencimento em 2022 dispararam 82 pontos-base na semana passada, maior alta desde o período encerrado em 24 de outubro de 2008, e chegaram a 8,89 por cento, nível mais alto desde 27 de junho, segundo a Bloomberg.

O real já perdeu 9,8% frente ao dólar em setembro – foi a segunda maior desvalorização entre as principais moedas do mundo, segundo um levantamento feito pelo Citi com base em informações da Bloomberg.

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