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Tesouro pode retomar emissões de títulos no exterior em reais

Para coordenador de Operações da Dívida Pública, esse tipo de operação exige maior atenção do que os lançamentos de títulos em dólares

Nos últimos dias 3 e 4, o Tesouro Nacional ofertou US$ 825 milhões em títulos da dívida externa com vencimento em 2021 (Stock Exchange)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 20h27.

Brasília – O sucesso no lançamento de títulos em dólares no exterior na semana passada, operação que obteve os menores juros da história, pode fazer o Tesouro Nacional retomar o lançamento de títulos em reais nos mercados internacionais. Segundo o coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, uma emissão de papéis atrelados à moeda brasileira não está descartada em 2012.

“Em 2011 não houve emissões [de títulos da dívida externa] em reais por uma série de fatores, principalmente a volatilidade na taxa de câmbio. Para 2012, espera-se que, em algum momento, a gente [o Tesouro Nacional] possa acessar esse mercado”, disse Morais.

Apesar de admitir que o Tesouro tem a intenção de retomar as emissões em reais, Morais declarou que esse tipo de operação exige maior atenção do que os lançamentos de títulos em dólares. Isso porque o mercado de títulos da dívida externa em reais não tem o mesmo grau de desenvolvimento que o dos papéis vinculados ao dólar. “Em alguns momentos, a taxa é interessante, mas não há volume suficiente para dar suporte a uma nova emissão [em reais]”.

Nos últimos dias 3 e 4, o Tesouro Nacional ofertou US$ 825 milhões em títulos da dívida externa com vencimento em 2021. De acordo com o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Otávio Ladeira, a demanda foi sete vezes superior à oferta, o que ajudou o governo brasileiro obter juros de apenas 3,499% ao ano, a menor taxa da história. Inicialmente, haviam sido ofertados US$ 500 milhões em títulos, mas a demanda chegou a US$ 3,5 bilhões, o que fez o Tesouro ampliar a oferta para US$ 750 milhões nos Estados Unidos e na Europa e US$ 75 milhões na Ásia.


Por meio dos lançamentos de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro das emissões da semana passada daqui a dez anos com a correção dos juros acordada, ou seja, de 3,449% ao ano. Taxas menores indicam menor grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida.

As emissões externas podem ser feitas em dólares ou em reais. Nos títulos vinculados à moeda norte-americana, o Tesouro Nacional assume o risco da desvalorização do real (ou da alta do dólar). Nas emissões em reais, esse risco é repassado aos compradores internacionais, que terão prejuízo caso o dólar suba e a moeda brasileira se desvalorize.

Para um país lançar títulos na própria moeda no mercado internacional, os investidores externos precisam estar seguros da capacidade de pagamento no país. As emissões pelo Tesouro Nacional em reais começaram em 2007. A última operação do tipo ocorreu em outubro de 2010, quando o Tesouro obteve juros de 8,85% ao ano com papéis que vencem em 2028.

Em 2011, o Tesouro não lançou títulos em reais. De acordo com Morais, a volatilidade do dólar, cuja cotação chegou a R$ 1,50 no início do segundo semestre e encerrou o ano em torno de R$ 1,80, e as condições de mercado, afetado pelas turbulências internacionais, desestimularam as emissões em moedas brasileiras no ano passado.

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Brasília – O sucesso no lançamento de títulos em dólares no exterior na semana passada, operação que obteve os menores juros da história, pode fazer o Tesouro Nacional retomar o lançamento de títulos em reais nos mercados internacionais. Segundo o coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, uma emissão de papéis atrelados à moeda brasileira não está descartada em 2012.

“Em 2011 não houve emissões [de títulos da dívida externa] em reais por uma série de fatores, principalmente a volatilidade na taxa de câmbio. Para 2012, espera-se que, em algum momento, a gente [o Tesouro Nacional] possa acessar esse mercado”, disse Morais.

Apesar de admitir que o Tesouro tem a intenção de retomar as emissões em reais, Morais declarou que esse tipo de operação exige maior atenção do que os lançamentos de títulos em dólares. Isso porque o mercado de títulos da dívida externa em reais não tem o mesmo grau de desenvolvimento que o dos papéis vinculados ao dólar. “Em alguns momentos, a taxa é interessante, mas não há volume suficiente para dar suporte a uma nova emissão [em reais]”.

Nos últimos dias 3 e 4, o Tesouro Nacional ofertou US$ 825 milhões em títulos da dívida externa com vencimento em 2021. De acordo com o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Otávio Ladeira, a demanda foi sete vezes superior à oferta, o que ajudou o governo brasileiro obter juros de apenas 3,499% ao ano, a menor taxa da história. Inicialmente, haviam sido ofertados US$ 500 milhões em títulos, mas a demanda chegou a US$ 3,5 bilhões, o que fez o Tesouro ampliar a oferta para US$ 750 milhões nos Estados Unidos e na Europa e US$ 75 milhões na Ásia.


Por meio dos lançamentos de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro das emissões da semana passada daqui a dez anos com a correção dos juros acordada, ou seja, de 3,449% ao ano. Taxas menores indicam menor grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida.

As emissões externas podem ser feitas em dólares ou em reais. Nos títulos vinculados à moeda norte-americana, o Tesouro Nacional assume o risco da desvalorização do real (ou da alta do dólar). Nas emissões em reais, esse risco é repassado aos compradores internacionais, que terão prejuízo caso o dólar suba e a moeda brasileira se desvalorize.

Para um país lançar títulos na própria moeda no mercado internacional, os investidores externos precisam estar seguros da capacidade de pagamento no país. As emissões pelo Tesouro Nacional em reais começaram em 2007. A última operação do tipo ocorreu em outubro de 2010, quando o Tesouro obteve juros de 8,85% ao ano com papéis que vencem em 2028.

Em 2011, o Tesouro não lançou títulos em reais. De acordo com Morais, a volatilidade do dólar, cuja cotação chegou a R$ 1,50 no início do segundo semestre e encerrou o ano em torno de R$ 1,80, e as condições de mercado, afetado pelas turbulências internacionais, desestimularam as emissões em moedas brasileiras no ano passado.

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