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Tesouro pode recomprar títulos em reais e lançar novos prazos

Para tentar desestimular a entrada de dólares no País, novas emissões devem ser de 10 e 30 anos

O secretário Arno Augustin: Tesouro quer curva bem líquida com papéis de até 30 anos (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)

O secretário Arno Augustin: Tesouro quer curva bem líquida com papéis de até 30 anos (Marcello Casal Jr./AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 08h34.

Brasília - O Tesouro Nacional pode recomprar títulos em reais emitidos no exterior e fazer novas emissões com prazos mais longos para limitar o fluxo de capital estrangeiro para o País.

O Tesouro pode emitir títulos internacionais em reais com novos vencimentos, como de 10 e 30 anos, para desestimular a entrada de dólares para o País, que está puxando a valorização do real, disse o subsecretário do Tesouro, Paulo Valle, em entrevista ontem. O governo também pensa em incluir bônus antigos em reais num programa de recompra de títulos já existente.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse em 21 de outubro que o País deve emitir ainda este ano mais títulos em reais no mercado internacional. O comentário veio um dia depois da reabertura da venda dos títulos em reais com prazo para 2028, que foi a primeira do tipo em três anos. Essas operações têm o objetivo de reduzir a demanda de estrangeiros por títulos locais e evitar que o real se valorize ainda mais em meio à chamada “guerra cambial”.

“No mercado externo, conforme o ministro e o secretário falaram, vamos continuar com a estratégia de construir uma curva em reais criando novos vencimentos com prazos, por exemplo, de dez e trinta anos”, disse Valle. O governo planeja “construir uma curva bem líquida com papeis até 30 anos, semelhante ao que fizemos com o Global em dólar”.

Em 20 de outubro, o Tesouro fez uma emissão internacional de R$ 1 bilhão em títulos denominados em reais com vencimento em 2028 e taxa de 8,85 por cento. Desde então, a taxa dos papéis subiu 37 pontos-base para 9,22 por cento, de acordo com dados do JPMorgan Chase & Co.

A emissão ocorreu dois dias depois de o governo triplicar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras para aplicações de estrangeiros em renda fixa.

O real mais que dobrou de valor em relação ao dólar desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em janeiro de 2003. É a maior apreciação no período entre as 16 principais moedas do mundo acompanhadas pela Bloomberg.

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