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Tensão geopolítica contamina mercado de ações no Brasil

O principal motivo da queda da abertura da Bovespa é o aumento do conflito entre EUA e Coreia do Norte

Bolsa: possibilidade de um confronto armado já reduz o valor de ativos de risco e eleva o valor de moedas consideradas de proteção (Facebook/B3/Reprodução)

Bolsa: possibilidade de um confronto armado já reduz o valor de ativos de risco e eleva o valor de moedas consideradas de proteção (Facebook/B3/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 11h12.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 12h57.

O principal índice da bolsa paulista operava em baixa nesta quarta-feira, diante de um cenário externo de mais aversão a risco devido ao aumento das tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

Às 12:29, o Ibovespa caía 0,64 por cento, a 67.463 pontos. O giro financeiro era de 2,43 bilhões de reais.

Na véspera, o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou a Coreia do Norte que o país será atingido por "fogo e fúria" caso ameace os EUA, levando Pyongyang a dizer que está considerando disparar mísseis contra a ilha de Guam, território dos Estados Unidos no Pacífico.

"As tensões geopolíticas foram intensificadas e os mercados de risco capturam isso na sessão de hoje... No Brasil, há espaço para novas realizações de lucros recentes, até por conta de agregarmos outros problemas como aumento de impostos e reformas insuficientes", escreveu o economista-chefe da corretora ModalMais, Alvaro Bandeira.

No front local, além da expectativa por novidades em relação ao avanço da agenda de reformas do governo, o mercado tem no radar ainda os dados de inflação, que mostraram alta de 0,24 por cento do IPCA em julho, acumulando alta de 2,71 por cento em 12 meses.

Os números ficaram acima do esperado por economias em pesquisa Reuters, de alta de 0,19 por cento no mês e de 2,66 por cento em 12 meses.

Destaques

- JBS ON caía 2,69 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, em movimento de ajuste após uma sequência de sete pregões em que acumulou alta de 11,47 por cento. Apenas na terça-feira, o papel subiu 7,55 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 1,08 por cento e BRADESCO PN perdia 0,85 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo, enquanto o SANTANDER UNIT recuava O,77 por cento e BANCO DO BRASIL ON caía 1,98 por cento.

- PETROBRAS PN rondava a estabilidade, com variação positiva de 0,15 por cento, enquanto PETROBRAS ON recuava 0,22 por cento, em sessão sem rumo claro para os preços do petróleo no mercado internacional.

- VALE PNA recuava 0,77 por cento, enquanto VALE ON caía 0,47 por cento, apesar dos ganhos dos contratos futuros do minério de ferro na China.

- GERDAU PN caía 0,44 por cento, após subir 0,7 por cento na máxima e cair 0,87 por cento na mínima da sessão até agora, conforme investidores digeriam os resultados do segundo trimestre da empresa, que mostrou lucro líquido consolidado ajustado de 147 milhões de reais, queda de 20 por cento ante um ano antes.

Analistas do UBS destacaram que apesar de dados em 2016 e do primeiro semestre deste ano melhores do que o esperado, permanece a cautela sobre a recuperação sustentada do setor, devido a problemas sobre excesso de capacidade globalmente.

- EQUATORIAL ENERGIA ON subia 3,93 por cento, entre os destaques positivos do Ibovespa, após a empresa divulgar lucro líquido ajustado de 148 milhões de reais no segundo trimestre. A equipe do BTG Pactual considerou os resultados da empresa fortes e manteve a recomendação de "compra" para as ações.

- GOL PN, que não faz parte do Ibovespa, disparava 7,8 por cento, após a empresa aérea divulgar lucro operacional de recorrente (Ebit) de 37 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo resultado negativo de igual período do ano passado, apoiada na conclusão de processo de reestruturação, que ampliou a utilização de suas aeronaves em cerca de 1 hora no período.

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