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Temporada de balanços dos EUA deve ter lucros fracos

As expectativas de analistas para a safra de lucros do trimestre é obscura. Investidores estarão atentos ao crescimento do lucro da Alcoa mesmo com a estagnação dos EUA

Independentemente dos resultados, a temporada de balanços deve ser acompanhada de dias voláteis nas bolsas norte-americanas (Jonathan Ferrey/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 13h08.

Nova York - A abertura não oficial da temporada de resultados corporativos dos Estados Unidos começa no final desta segunda-feira quando a Alcoa, maior produtora de alumínio norte-americana, apresenta seu balanço .

No geral, as expectativas de analistas para a safra de lucros do quarto trimestre é obscura.

Em 30 de setembro passado, analistas previam, em média, que as companhias com ações no índice Standard & Poor's 500 apresentariam alta de 14,1 por cento no lucro para os últimos três meses do ano, de acordo com a Bespoke Investments. Em 3 de janeiro, a estimativa revista apontava para aumento de apenas 6,2 por cento no lucro.

Investidores estarão atentos ao crescimento do lucro da Alcoa e de outras companhias no S&P 500 em meio à estagnação da economia dos EUA, uma provável recessão na Europa e sinais de que os emergentes estão desacelerando o crescimento.

A habilidade de a Alcoa atingir as baixas projeções de lucro pode não ser suficiente para dar início a um rali no mercado acionário que normalmente acontece durante as três semanas de concentração de divulgação de resultados de companhias abertas norte-americanas.

Independentemente dos resultados, a temporada de balanços deve ser acompanhada de dias voláteis nas bolsas. Veja alguns focos de atenção nesta época de resultados corporativos:

Alcoa

A produtora de alumínio não tem conseguido muita atenção em Wall Street ultimamente.

As ações da Alcoa caíram 50 por cento em relação ao pico em 52 semanas de abril passado, quando a economia global parecia estar se recuperando mais rápido. O papel caiu mais 2,6 por cento na última sexta-feira, para fechar a 9,16 dólares.

Mais da metade dos analistas que acompanham a empresa têm recomendação de "manutenção" ou abaixo disso para sua ação.

Como o alumínio é um indicativo importante para saber como anda a produção de automóveis, aviões e embalagens, os resultados da Alcoa costumam ser um termômetro da economia.

Mas isso pode agora ser menos verdade.


Embora a Alcoa seja a segunda maior produtora mundial de alumínio atrás da Rusal, o aumento da competição de rivais chinesas está forçando a companhia a reestruturar seus negócios, dando a investidores menos pistas do crescimento da economia global, segundo analistas.

Europa e emergentes

Os dias em que o S&P 500 era apenas um reflexo da economia dos EUA acabaram. A Europa e países emergentes como China e Brasil agora representam mais de 40 por cento da receita das companhias no índice, de acordo com a área de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch.

A economia brasileira não cresceu no terceiro trimestre pela primeira vez desde 2009. E a taxa de expansão da China parece estar perdendo fôlego.

Isso deve fazer com que companhias de itens básicos e indústrias reduzam suas estimativas de lucro, disse o estrategista de ações nos EUA do Barclay's, Barry Knapp.

O estrategista-chefe de investimentos da PNC, Bill Stone, está alocando seu portfólio a boas pagadoras de dividendos até que a crise de dívida soberana na zona do euro se estabilize.

"Quando as coisas não estiverem tão incertas, então as ações devem ir bem", disse ele.

Longo prazo

Um jeito inteligente de participar da temporada de resultados para investidores com horizonte de longo prazo é simplesmente aplicar recursos na replicação do índice S&P 500. Isso porque, olhando para bases históricas, as ações permanecem baratas.

O estrategista-chefe de ações da BlackRock, Bob Doll, estima aumento de 6 por cento nos lucros das empresas em 2012. Isso implica em retorno de dois dígitos do S&P se considerados os múltiplos de preço e lucro.

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Nova York - A abertura não oficial da temporada de resultados corporativos dos Estados Unidos começa no final desta segunda-feira quando a Alcoa, maior produtora de alumínio norte-americana, apresenta seu balanço .

No geral, as expectativas de analistas para a safra de lucros do quarto trimestre é obscura.

Em 30 de setembro passado, analistas previam, em média, que as companhias com ações no índice Standard & Poor's 500 apresentariam alta de 14,1 por cento no lucro para os últimos três meses do ano, de acordo com a Bespoke Investments. Em 3 de janeiro, a estimativa revista apontava para aumento de apenas 6,2 por cento no lucro.

Investidores estarão atentos ao crescimento do lucro da Alcoa e de outras companhias no S&P 500 em meio à estagnação da economia dos EUA, uma provável recessão na Europa e sinais de que os emergentes estão desacelerando o crescimento.

A habilidade de a Alcoa atingir as baixas projeções de lucro pode não ser suficiente para dar início a um rali no mercado acionário que normalmente acontece durante as três semanas de concentração de divulgação de resultados de companhias abertas norte-americanas.

Independentemente dos resultados, a temporada de balanços deve ser acompanhada de dias voláteis nas bolsas. Veja alguns focos de atenção nesta época de resultados corporativos:

Alcoa

A produtora de alumínio não tem conseguido muita atenção em Wall Street ultimamente.

As ações da Alcoa caíram 50 por cento em relação ao pico em 52 semanas de abril passado, quando a economia global parecia estar se recuperando mais rápido. O papel caiu mais 2,6 por cento na última sexta-feira, para fechar a 9,16 dólares.

Mais da metade dos analistas que acompanham a empresa têm recomendação de "manutenção" ou abaixo disso para sua ação.

Como o alumínio é um indicativo importante para saber como anda a produção de automóveis, aviões e embalagens, os resultados da Alcoa costumam ser um termômetro da economia.

Mas isso pode agora ser menos verdade.


Embora a Alcoa seja a segunda maior produtora mundial de alumínio atrás da Rusal, o aumento da competição de rivais chinesas está forçando a companhia a reestruturar seus negócios, dando a investidores menos pistas do crescimento da economia global, segundo analistas.

Europa e emergentes

Os dias em que o S&P 500 era apenas um reflexo da economia dos EUA acabaram. A Europa e países emergentes como China e Brasil agora representam mais de 40 por cento da receita das companhias no índice, de acordo com a área de pesquisa do Bank of America Merrill Lynch.

A economia brasileira não cresceu no terceiro trimestre pela primeira vez desde 2009. E a taxa de expansão da China parece estar perdendo fôlego.

Isso deve fazer com que companhias de itens básicos e indústrias reduzam suas estimativas de lucro, disse o estrategista de ações nos EUA do Barclay's, Barry Knapp.

O estrategista-chefe de investimentos da PNC, Bill Stone, está alocando seu portfólio a boas pagadoras de dividendos até que a crise de dívida soberana na zona do euro se estabilize.

"Quando as coisas não estiverem tão incertas, então as ações devem ir bem", disse ele.

Longo prazo

Um jeito inteligente de participar da temporada de resultados para investidores com horizonte de longo prazo é simplesmente aplicar recursos na replicação do índice S&P 500. Isso porque, olhando para bases históricas, as ações permanecem baratas.

O estrategista-chefe de ações da BlackRock, Bob Doll, estima aumento de 6 por cento nos lucros das empresas em 2012. Isso implica em retorno de dois dígitos do S&P se considerados os múltiplos de preço e lucro.

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