Telecom: Ressaca de fusões abre caminho para ações da TIM, diz HSBC
Banco atualiza projeções para o setor e escolhe TIM, única sem negócios na telefonia fixa, como ação preferida no setor
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 06h00.
São Paulo - Após um ano marcado por fusões e aquisições, o setor de telecomunicações terá em 2011 o momento de viver a prática dos negócios fechados. Para os investidores, no entanto, isso não vai significar necessariamente boas notícias. Quem projeta é a equipe de investimentos do HSBC, que atualizou suas pesperctivas para o setor para este ano em relatório desta quinta-feira (13).<p></p></p>
O setor ainda não vai colher as eficiências operacionais e benefícios estratégicos dos negócios fechados. Não antes do longo prazo, dizem os analistas Richard Dineen, Sean Glickenhaus e Luigi Minerva. Segundo o banco, caberá aos investidores pouco mais que a diluição substancial do crescimento causado pela fusão de concessionárias de telefonia fixa.
Motivados pela crença que a combinação de empresas de telefonia fixa e móvel apresentaria benefícios estratégicos frente a empresas menos diversificadas, os acordos não devem trazer resultado imediato. “Mas não acreditamos que esses benefícios gerarão ganhos para os acionistas em qualquer sentido, exceto no longo prazo”, explicam.
Ao contrário: em lugar da diversificação, o ano irá beneficiar as companhias focadas apenas em telefonia móvel, aposta o HSBC. Livres dos custos e tendências desafiadoras das linhas fixas, o crescimento das empresas de telefonia móvel será mais confortável, afirma o estudo, que elege a TIM como principal recomendação. “A TIM deve superar, de maneira cômoda, um grupo de pares regional cada vez mais desacelerado”, argumenta. Conheças as perspectivas do HSBC para as ações do setor:
TIM (TCSL3), (TCSL4)
Aposta favorita no setor, a TIM oferece as melhores perspectivas de crescimento, sem o risco de absorver a desaceleração da telefonia fixa. O preço-alvo projetado para o papel até dezembro é de 10 reais, um potencial de valorização de 41,8%. Para a ação preferencial, o cálculo de preço-alvo é de 7,50 reais, um potencial de valorização de 30,2%. Ambas as ações (TCSL3), (TCSL4) receberam recomendação overweight (alocação acima da média do mercado).
Mesmo seu ponto fraco, o segmento de dados móveis, deve entrar numa fase mais competitiva este ano. “Apesar de o segmento de dados móveis da TIM estar defasado em relação aos da Vivo e da Claro no Brasil, a empresa reduplicou seus esforços para melhorar esse quadro na segunda metade de 2010”, dizem os analistas.
VIVO (VIVO3), (VIVO4)
Em vias de incorporação pela Telesp, a Vivo tem maiores chances de colher bons frutos do negócios. “Ao contrário da fusão de empresas de telefonia fixa e móvel, a fusão de dois segmentos semelhantes de empresas de telecomunicações oferece potencial de sinergias maior”, afirmam os analistas. No entanto, o efeito da fusão pode ser negativo para o seguimento móvel da companhia. “Temos a preocupação de que sua fusão com segmentos irmãos de telefonia fixa resultará em diluição substancial do crescimento, com pouca perspectiva de compensação em sinergias ou melhoria de sua posição competitiva decorrente desses acordos”, dizem os analistas.
Para as ações preferenciais (VIVO4), o preço-alvo definido foi de 69 reais, um potencial de valorização de 19%. A recomendação para a ação é de overweight (alocação acima da média do mercado). Para os papéis ordinários, o preço projetado foi de 124 reais, um potencial de valorização de 10,2% e classificação neutra (alocação em linha com o mercado).
Tele Norte Leste / Telemar - Oi (TNLP4), (TNLP3), (TMAR5)
Após sua venda para Telefônica, a Portugal Telecom investirá no máximo 8,4 bilhões de reais para obter uma participação acionária de no mínimo 22,4% na Oi, através de investimento direto no grupo controlador (TmarPart) e participação em uma série de emissões de direitos posteriores. Segundo os analistas, as emissões de direitos são negativas para os acionistas minoritários e devem afetar as ações negativamente, ao menos no primeiro trimestre. “Mesmo após essa data, acreditamos que o episódio prejudicou as relações com os investidores e não vemos uma recuperação iminente do sentimento em um futuro próximo”.
As ações das empresas ganharam recomendação neutra. Para a preferencial da Telemar (TNLP4), o preço-alvo definido foi de 31 reais, um potencial de valorização de 19,3%. Para o papel ordinário (TNPL3), o preço-alvo é de 41 reais, um crescimento potencial de 19,2%. Por fim, para a preferencial nível A (TMAR5), o cálculo para preço-alvo foi de 56 reais, um potencial de valorização de 15,8%.
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