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Suspensão e queda de quase 5%: mais um dia difícil para a Vale na Bolsa

Mineradora foi impedida de operar a mina de Laranjeiras, em mais uma consequência do estouro da barragem em Brumadinho

Ações da Vale voltam a cair na B3 (Brendan McDermid/Getty Images)

Ações da Vale voltam a cair na B3 (Brendan McDermid/Getty Images)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 18h41.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 20h12.

São Paulo — As ações da Vale (VALE3) tiveram mais um dia difícil na Bolsa brasileira nesta quarta-feira (6). Os papéis caíam desde a abertura do mercado, mas intensificaram a baixa durante a tarde com a notícia de que a mineradora está impedida de operar a barragem de Laranjeiras.

A decisão foi tomada pela SEMAD (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), que cancelou a autorização provisória da companhia para operar a barragem. A medida foi tomada em função de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

Em nota, a Vale informou também que foi determinada pela SEMAD a suspensão imediata da mina de Jangada por entender que a licença de operação da mina está unificada à licença de operação da mina Córrego de Feijão, a despeito das minas terem atos autorizativos distintos.

A mina da Jangada já estava paralisada em consequência da paralisação da operação da mina Córrego de Feijão, após estouro da barragem que matou ao menos 150 pessoas em Brumadinho no mês passado.

As ações da Vale fecharam o pregão com baixa de 4,63%, cotadas a 42,46 reais cada uma. A negociação dos papéis chegou a ser suspensa pela B3 entre 17h26 e 17h46 (de Brasília).

Os papéis da Vale fecharam na cotação mínima do dia. Eles haviam fechado no vermelho nas últimas duas sessões e, desde o estouro da barragem em Brumadinho, acumulam perda de 24,4%.

Com o desempenho negativo da Vale na sessão, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 3,74%, aos 94.635 pontos. Os papéis da mineradora não foram os únicos a pressionar o índice para baixo: das 65 ações que fazem parte da lista, apenas uma teve alta (a Suzano, de 1,18%).

Segundo analistas ouvidos pelo site EXAME, aos poucos vai ficando mais claro ao mercado o tamanho do prejuízo que a Vale terá após Brumadinho. No entanto, o impacto operacional para a companhia, por ora, é pequeno e não chega a assustar, na avaliação deles. A principal preocupação é com a maior dificuldade que a empresa deve enfrentar daqui para frente para obter licenças de operação.

"A Vale já anunciou que vai reduzir sua produção em 10%. Ela é formadora de preços do mercado mundial de minério, já que está entre as maiores produtoras. Como ela reduz a oferta, isso valoriza o material que ela produz, especialmente porque ele é de boa qualidade, o que pode ser repassado para o preço e beneficiar as ações no longo prazo", disse William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities.

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