George Soros vai devolver as aplicações, menos de US$ 1 bilhão, até o final do ano, segundo duas pessoas familiarizadas com a transação (Miguel Villagran/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2011 às 10h40.
Nova York - George Soros, bilionário mais conhecido por quebrar o Banco da Inglaterra, está devolvendo o investimento aos clientes externos de sua empresa de US$ 25,5 bilhões, encerrando a carreira como gestor de fundos de hedge que durou mais de quatro décadas.
Soros, que completa 81 anos no próximo mês, vai devolver as aplicações, menos de US$ 1 bilhão, até o final do ano, segundo duas pessoas familiarizadas com a transação. Sua empresa vai passar a gerir apenas os ativos de Soros e sua família, segundo carta enviada a investidores. O diretor de investimentos Keith Anderson, que ocupa o cargo desde fevereiro de 2008, está saindo da empresa, segundo a carta assinada pelos filhos de Soros, Jonathan e Robert, que são os vice-presidentes.
“Queremos expressar a nossa gratidão àqueles que escolheram investir seu capital na Soros Fund Management LLC nos últimos quase 40 anos”, disseram eles na carta. “Acreditamos que vocês se sentiram recompensados pela decisão durante esses anos.”
A decisão completa a transformação de Soros de um especulador, que em 1992 ganhou US$ 1 bilhão na aposta que o BOE seria forçado a desvalorizar a libra, para um filantropo, papel que ele imaginou cumprir quando era um emigrante húngaro estudante da London School of Economics após a Segunda Guerra Mundial, segundo relatos do próprio Soros. Nos últimos 30 anos, ele doou mais de US$ 8 bilhões para promover a democracia, a liberdade de expressão, melhorar a educação e combater a pobreza ao redor do mundo, disse ele em um artigo recente.
Ativos da família
Os filhos de Soros disseram que tomaram a decisão porque a nova regulamentação do sistema financeiro tornaria obrigatório o registro da empresa junto a Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais americano, até marco de 2012, caso ela continuasse a gerenciar investimentos de clientes externos. Como a empresa vem administrando principalmente ativos da família desde 2000, quando as aplicações externas somavam cerca de US$ 4 bilhões, eles decidiram que faria mais sentido transformar a Soros Fund Management em um family office, segundo a carta.
Soros, que gerencia mais de US$ 24,5 bilhões em investimentos próprios, de sua família e capital de suas fundações, não quis comentar sobre a carta. No ano passado, Stanley Druckenmiller, o diretor de estratégia da Soros do final de 1988 a 2000, fechou sua gestora de recursos, a Duquesne Capital Management LLC, e abriu seu próprio family office.