Solução para a crise? Expulse os pessimistas do mercado
Medida adotada por Espanha e Itália tenta transferir a culpa da crise para uma parte dos investidores
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2012 às 16h09.
São Paulo – Mais uma vez os dedos indicadores dos reguladores do mercado financeiro estão apontados para os investidores que fazem apostas na queda dos preços de alguns ativos, como as ações de bancos europeus. A Espanha e a Itália , países que estão no centro da atual crise na Europa, anunciaram nesta semana a proibição da venda a descoberto das ações de bancos.
O regulador espanhol (CNMV) baniu a criação de apostas negativos para ações, derivativos e outros instrumentos realizados fora de bolsas (no balcão, no inglês over-the-counter) por três meses. O italiano Consob proibiu a prática em 29 ações de bancos e seguradoras por uma semana e citou as “graves tensões” nos mercados financeiros.
Por enquanto, a estratégia ainda não funcionou. O rendimento dos títulos de 10 anos da dívida espanhola atingiu hoje a maior diferença em relação aos papéis alemães desde a criação da zona do euro. As bolsas dos dois países caíram. Em Milão, o índice Ftse/Mib caiu 2,76 por cento, para 12.706 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 caiu 1,1 por cento, a 6.177 pontos.
Polêmica
Essa medida tenta excluir do mercado quem especula a baixa de um determinado ativo, sem possuí-lo, na esperança de que o preço recue. Caso isso ocorra, eles compram os papéis com um preço menor na data do vencimento do contrato, os devolvem, e embolsam a diferença. O problema é que alguns, principalmente os políticos, argumentam que o aumento da atuação dos “short sellers” interfere no preço à vista e, desta forma, oferece combustível para o pessimismo e afeta a formação de preço.
Para outros, entretanto, essa é apenas uma maneira de excluir os pessimistas do mercado e de afastar a opinião sobre um futuro que, comandado pelos políticos, pode ser de fato pior do que o visto hoje. A questão levantada é a de que a aposta na queda dos papéis de uma determinada empresa não é, necessariamente, o fato causador da baixa. Ou seja, a venda a descoberto seria um sintoma, e não o causador da forte queda. Os fundamentos é que devem responder à pergunta.
O movimento mais recente para dificultar as operações dos investidores que vendem a descoberto (short selling) ações e outros papéis ressurgiu em agosto do ano passado com o aumento dos problemas relacionados à desconfiança com a situação fiscal dos países europeus. Na ocasião, as ações dos bancos continuaram a cair após a decisão. Antes disso, uma série de países – inclusive o Brasil - proibiu esse tipo de operação em setembro de 2008, no auge da crise financeira.
São Paulo – Mais uma vez os dedos indicadores dos reguladores do mercado financeiro estão apontados para os investidores que fazem apostas na queda dos preços de alguns ativos, como as ações de bancos europeus. A Espanha e a Itália , países que estão no centro da atual crise na Europa, anunciaram nesta semana a proibição da venda a descoberto das ações de bancos.
O regulador espanhol (CNMV) baniu a criação de apostas negativos para ações, derivativos e outros instrumentos realizados fora de bolsas (no balcão, no inglês over-the-counter) por três meses. O italiano Consob proibiu a prática em 29 ações de bancos e seguradoras por uma semana e citou as “graves tensões” nos mercados financeiros.
Por enquanto, a estratégia ainda não funcionou. O rendimento dos títulos de 10 anos da dívida espanhola atingiu hoje a maior diferença em relação aos papéis alemães desde a criação da zona do euro. As bolsas dos dois países caíram. Em Milão, o índice Ftse/Mib caiu 2,76 por cento, para 12.706 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 caiu 1,1 por cento, a 6.177 pontos.
Polêmica
Essa medida tenta excluir do mercado quem especula a baixa de um determinado ativo, sem possuí-lo, na esperança de que o preço recue. Caso isso ocorra, eles compram os papéis com um preço menor na data do vencimento do contrato, os devolvem, e embolsam a diferença. O problema é que alguns, principalmente os políticos, argumentam que o aumento da atuação dos “short sellers” interfere no preço à vista e, desta forma, oferece combustível para o pessimismo e afeta a formação de preço.
Para outros, entretanto, essa é apenas uma maneira de excluir os pessimistas do mercado e de afastar a opinião sobre um futuro que, comandado pelos políticos, pode ser de fato pior do que o visto hoje. A questão levantada é a de que a aposta na queda dos papéis de uma determinada empresa não é, necessariamente, o fato causador da baixa. Ou seja, a venda a descoberto seria um sintoma, e não o causador da forte queda. Os fundamentos é que devem responder à pergunta.
O movimento mais recente para dificultar as operações dos investidores que vendem a descoberto (short selling) ações e outros papéis ressurgiu em agosto do ano passado com o aumento dos problemas relacionados à desconfiança com a situação fiscal dos países europeus. Na ocasião, as ações dos bancos continuaram a cair após a decisão. Antes disso, uma série de países – inclusive o Brasil - proibiu esse tipo de operação em setembro de 2008, no auge da crise financeira.