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Siderúrgicas afundam até 8%; Unidas cai 6% e Localiza 4% com temor sobre fusão

Confira os principais destaques de ações desta sexta-feira

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 10h51.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 19h01.

O Ibovespa fechou em queda de 2,54% nesta sexta-feira, 15, com investidores avaliando a possibilidade do pacote de estímulo anunciado pelo presidente eleito nos Estados Unidos, Joe Biden, de 1,9 trilhão de dólares, ser diluído pela oposição no Congresso americano. Além disso, medidas de restrições para tentar frear o avanço da covid-19 e suas variantes pelo mundo também preocupam, enquanto, por aqui, o colapso no sistema de saúde em Manaus adicionou um tom de cautela.

Com o aumento da aversão ao risco, as siderúrgicas caíram até 8,10%, com CSN (CSNA3) puxando as perdas do índice. A Unidas figurou como a segunda maior queda, com desvalorização de 5,94%, com notícia de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode barrar a fusão da empresa com a Localiza (RENT3), que caiu 4,36%.

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Em pontos, as ações da Vale (VALE3), que recuaram 4,35% mesmo em dia de alta do minério, Petrobras (PETR4), que acompanhou a queda do petróleo, e Itaú (ITUB4) apareceram entre as principais contribuições negativas.

Do outro lado, somente 18 das 81 ações do Ibovespa encerraram em alta. Na liderança, apareceram as ações da B2W (BTOW3), com ganhos de 5,11%, seguidas por Suzano (SUZB3), com alta de 2,50% com o avanço dos preços da celulose, e Rumo (RAIL3), que subiu 2,27%.

Na semana, as siderúrgicas também puxaram as perdas depois de fortes ganhos desde o fim de outubro. CSN e Gerdau acumularam baixas de 11,35% e 10,38%, como a primeira e segunda maior queda do índice, seguidas pela elétrica Copel (CPLE6), com recuo de 9,97%. Na ponta oposta, B2W (BTOW3), Embraer (EMBR3) e Eneva (ENEV3), que subiram 12,92%, 8,06% e 6,95% no acumulado semanal, lideraram os ganhos.

Confira abaixo os principais destaques de ações desta sessão:

Vale e siderúrgicas 

As siderúrgicas puxaram as perdas do índice nesta sessão, após fortes ganhos nas últimas semanas. As ações da CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Usiminas (USIM5) registraram desvalorizações de 8,10%, 5,92%, 5,30% e 4,70%, respectivamente. Os papéis da Vale (VALE3) também caíram 4,35%, na contramão do dia positivo para o minério.

No radar, o governo de Minas Gerais disse que segue em negociações com a companhia sobre um eventual acordo global para reparação de danos pelo desastre de Brumadinho, após uma reunião entre as partes na última quinta-feira. Na semana passada, o secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões, sinalizou que o governo pretende obter um acordo com a empresa ainda em janeiro, antes que o incidente complete dois anos, no dia 25.

O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao avançou 0,77%, indo para 173,69 dólares a tonelada.

Petrobras 

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3; PETR4) caíram entre 3,5% e 4,5%, acompanhando o desempenho dos preços do petróleo no exterior.

Os contratos do petróleo Brent, negociados em Londres e usados como referência pela estatal, registraram queda de 2,75%, em 55,00 dólares o barril, com preocupações em relação ao avanço de casos de covid-19 na China ofuscando planos dos Estados Unidos para um grande pacote de estímulo. A China registrou o maior número de casos diários em mais de 10 meses, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta, levando o país a colocar mais de 28 milhões de pessoas sob bloqueios.

Unidas e Localiza

As ações Unidas (LCAM3) e Localiza (RENT3) acentuaram queda nesta tarde após notícia de que o Cade pode barrar a fusão entre as duas empresas por preocupações com a concorrência desleal, segundo informações da Bloomberg.

A única maneira de garantir o apoio do órgão regulatório seria pela adoção de medidas restritivas, como vendas de ativos e restrições comportamentais, disse uma pessoa familiarizada com o assunto à agência de notícias.

Suzano

Do outro lado, Suzano (SUZB3) subiu 2,50%, acompanhando o avanço dos preços da celulose. O preço da celulose de fibra curta (BHKP) na China aumentou em 15,2 dólares a tonelada na comparação semanal, para 533,94 dólares, enquanto os de fibra longa (NBSK) subiram em 56,2 dólares a tonelada, para 742,22 dólares. O BTG Pactual manteve visão otimista para o setor e a recomendação de compra para as ações da Suzano e Klabin (KKLBN11), que avançaram 0,45% nesta sessão.

JHSF

As ações da JHSF subiram 2,05% após a companhia apresentar vendas contratadas de 378,6 milhões de reais no quarto trimestre, evolução de de 192,9% na comparação anual, segundo dados de sua prévia operacional para o período. No acumulado do ano, as vendas atingiram 1,229 bilhão de reais, avanço de 228,5% frente ao registrado em 2019.

Segundo analistas da EXAME Research, os números, como já esperavam, vieram muito bons, mostrando evolução nas vendas nos empreendimentos mais recentes da empresa. Eles comentam que continuam otimistas com o case e mantêm a recomendação de compra para as ações. O resultado consolidado do 4º trimestre está previsto para ser divulgado no dia 11 de fevereiro.

Banco do Brasil 

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) seguiram em terreno negativo, recuando 3,10% nesta sessão. Apesar da aparente permanência de André Brandão na presidência do banco, o mercado teme que o plano de reestruturação do banco, que prevê o fechamento de agências e corte de funcionários, seja revisto. A polêmica sobre possível demissão do executivo levou as ações da instituição à queda de 8% nas últimas três sessões, enquanto o Ibovespa recuou 2,9%. O mercado vê a repercussão do caso como um risco de ingerência política no banco.

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